As exportações mato-grossenses encerraram o primeiro mês do ano com alta de 32,60% na comparação com o mesmo período ano passado. O volume embarcado para diferentes destinos avançou de US$ 484,1 milhões a outros US$ 642 milhões, com destaque para os produtos oriundos do setor agropecuário, que encabeçaram a lista dos itens mais vendidos, segundo apontou a secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Em janeiro, do total exportado pelo estado, 20% foram de milho. Ou seja, US$ 131,1 milhões. O volume foi 26,63% menor ao negociado no igual mês de 2011, quando somou US$ 178,7 milhões. O gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, explica que a redução dos embarques do cereal está diretamente relacionada à baixa disponiblidade de produto no mercado estadual. Isto porque todos os grãos comercializados no primeiro mês do ano referem-se aqueles colhidos na safra 2010/11 em Mato Grosso.
Conforme Latorraca, até dezembro, 99,9% da safra passada de milho já tinham sido comercializadas pelos produtores mato-grossenses. "Naturalmente ela [exportação] cairia. A tendência vinha se confirmando porque exportamos um volume considerável entre outubro e dezembro. A disponibilidade do produto está zero", declarou.
Apesar do desempenho negativo do milho em janeiro, Latorraca explica que a tendência é as vendas ao mercado internacional voltarem a crescer, principalmente a partir de julho, quando ocorre a colheita do cereal.
Outro produto do complexo agropecuário mato-grossense que também registrou queda na venda ao mercado internacional foram as carnes desossadas de bovino, congeladas. Passaram de US$ 45,3 milh]oes a US$ 40 milhões, conforme a Secretaria de Comércio Exterior. O embargo russo também contribuiu para recuar o comércio da proteína.
"Não podemos esquecer o embargo da Rússia, que desde julho do ano passado não compra mais carne de Mato Grosso", acentuou ainda Daniel Latorraca.
Na lista dos produtos mais exportados por Mato Grosso em janeiro estão ainda outros grãos de soja, mesmo triturados, cuja comercialização saltou 82,20% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. De acordo com a Secex, passou de US$ 54,3 milhões a outros US$ 99,1 milhões. De soja mesmo triturada, exceto para semeadura, os mato-grossenses embarcaram US$ 82,3 milhões.
A alta de 32,60% nas exportações do estado também contribuiu para elevar a participação da unidade federada. Em 2011, o estado foi responsável por 3% de todas as vendas efetuadas junto ao mercado internacional. Um ano depois, este percentual subiu para 3,98%.
Mato Grosso registrou um dos maiores superávits no saldo da balança comercial, de US$ 522,317 milhões em janeiro. A realidade foi a mesma em estados como Minas Gerais (US$ 1,289 bilhão), Pará (US$ 855,552 milhões), Rio de Janeiro (US$ 783,833 milhões) e Rio Grande do Sul (US$ 484,677 milhões).
Na contramão desta realidade, foram deficitários São Paulo (US$ 2,668 bilhões), Amazonas (US$ 955,833 milhões), Paraná (US$ 645,676 milhões), Santa Catarina (US$ 623,831 milhões), e Maranhão (US$ 352,171 milhões), conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
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