Motoristas e cobradores do transporte público de Curitiba, que entraram em greve na madrugada de ontem, aceitaram na manhã desta quarta-feira a proposta de reajuste salarial indicada em uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Paraná. O Ministério Público do Trabalho propôs um reajuste de 10,5% nos salários, um vale-alimentação de R$ 200 e um abono único de R$ 300 a ser pago em junho deste ano. A proposta foi aceita pelo sindicato patronal, desde que o retorno ao trabalho fosse imediato.
O sindicato dos trabalhadores levou a sugestão para a assembleia da categoria, na tarde de hoje, e os empregados concordaram e decidiram encerrar a greve. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) garantiu que os trabalhadores retornam para seus postos ainda nesta quarta-feira. O presidente da entidade, Anderson Teixeira, ainda não sabia quando exatamente isso iria ocorrer e afirmou que a circulação dos ônibus dependeria da logística das empresas.
Pela audiência de conciliação, o Sindimoc não vai precisar pagar a multa de R$ 100 mil imposta pelo descumprimento da decisão judicial da Justiça do Trabalho, proferida ontem e que previa a circulação de 70% dos ônibus de Curitiba nos horários de pico e 50% nos outros períodos. A decisão não foi cumprida e nenhum ônibus saiu das garagens das empresas nesta quarta-feira, causando novamente tumulto para a população. Os trabalhadores permaneceram em frente das garagens das empresas de ônibus, impedindo o acesso de funcionários e a saída de veículos. O sindicato afirma que orientou motoristas e cobradores a voltarem para o trabalho, conforme as porcentagens da decisão da Justiça do Trabalho.
Na audiência pela manhã, o Sindimoc pediu que a multa não fosse aplicada porque os piquetes não foram ordenados pela entidade. A Justiça do Trabalho desconsiderou o pagamento diante do entendimento durante a tarde e o encerramento da greve. Mas ressaltou que, caso os ônibus não retornem na integridade, será aplicada uma multa por descumprimento do acordo.
A Rede Integrada de Transporte (RIT), do sistema transporte coletivo que atende Curitiba e parte da Região Metropolitana, possui 2,3 milhões de passageiros por dia. Quem depende do ônibus precisou apelar para caronas ou para as vans, que foram credenciadas de última hora para funcionarem como lotação pela Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte público na cidade. A corrida custava R$ 5, enquanto a passagem de ônibus em Curitiba é de R$ 2,50.
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