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Economia
Quarta - 15 de Fevereiro de 2012 às 16:30
Por: Márcio Rodrigues

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O anúncio do corte de R$ 55 bilhões no Orçamento de 2012 ficou abaixo dos R$ 60 bilhões considerados necessários pelo mercado para o cumprimento da meta cheia de superávit primário. No entanto, o mercado futuro de juros não abandonou a aposta de que a taxa Selic cairá até o patamar de um dígito neste ano. Isso porque, na visão de analistas, a diferença entre o contingenciamento esperado e anunciado é pequena e pode perfeitamente ser coberta por receitas extraordinárias. E, caso esse quadro se confirme, o BC poderá contar com a economia fiscal de 3,1% do PIB para dar prosseguimento à sua estratégia de afrouxamento monetário. Considerando também um ambiente externo nervoso e indicadores de inflação favoráveis, as taxas curtas devolveram prêmios, enquanto as longas permaneceram coladas ao ajuste.

 

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (352.385 contratos) estava em 9,27%, de 9,31% ontem, enquanto o DI janeiro de 2014 (323.140 contratos) indicava 9,70%, de 9,67% no ajuste. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (40.390 contratos) apontava 10,65%, nivelado ao fechamento da véspera, e o DI janeiro de 2021 (12.325 contratos) marcava 11,05%, de 11,07% no ajuste.

O Ministério do Planejamento informou que, do total a ser cortado, R$ 35,010 bilhões virão de redução de despesas discricionárias, enquanto outros R$ 20,512 bilhões serão de despesas obrigatórias. Sobre a arrecadação, o Planejamento informou que a receita líquida primária total terá redução de R$ 29,5 bilhões na arrecadação anual em relação à previsão contida na Lei Orçamentária. Desse total, R$ 24,6 bilhões serão reduzidos da estimativa das receitas administradas pela Receita Federal e R$ 4,8 bilhões na Contribuição para o Regime Geral de Previdência Social.

Outro dado benigno de inflação também ajuda na pequena queda das taxas mais curtas. O IGP-10 anunciado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu 0,04% em fevereiro e ficou abaixo da mediana das expectativas do AE Projeções, de 0,13%. O dado veio reforçado por um IPC que apresentou alta de 0,41%, ante 0,92% em janeiro, com desaceleração importante do grupo alimentação.

Lá fora, além de alguns dados abaixo do esperado, como a produção industrial dos EUA, que ficou estagnada e contrariou a expectativa de crescimento de 0,7% em janeiro, a Grécia voltou a adicionar temor aos mercados. Fontes informaram que os credores estudavam adiar o segundo pacote de resgate ao país helênico para depois das eleições, marcadas para abril deste ano. Enquanto isso, os gregos receberiam um empréstimo-ponte para evitar um default em março.






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