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Internacional
Terça - 14 de Fevereiro de 2012 às 21:37
Por: ERIKA SOLOMON E ANGUS MACSWAN

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Forças do governo e da oposição ao presidente Bashar al-Assad travaram confrontos nesta terça-feira em cidades de toda a Síria, e autoridades árabes confirmaram que os governos da região estariam dispostos a dar armas à resistência caso a violência não terminasse.

 

 

A cidade de Homs, no oeste do país, epicentro dos 11 meses de rebelião contra Assad, sofreu bombardeios pelo 11º dia consecutivo.

 

O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que 20 pessoas foram mortas em toda a Síria nesta terça-feira, incluindo militantes da oposição, civis e cinco soldados do governo atingidos em confronto com rebeldes na localidade de Qalaat al-Madyaq.

 

Intensificando a pressão internacional contra o presidente Bashar al-Assad, a Arábia Saudita propôs uma nova resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) em apoio ao plano de paz da Liga Árabe, depois de uma tentativa anterior ser vetada por Rússia e China.

 

Mas diplomatas da Liga Árabe disseram que, paralelamente a isso, entregar armas às forças da oposição passou a ser uma opção oficialmente discutida.

 

Em uma resolução aprovada no domingo no Cairo, a Liga pediu aos países da região que "ofereçam todo tipo de apoio político e material" à oposição. Isso permitiria transferências de armas, confirmaram fontes diplomáticas à Reuters.

 

"Vamos apoiar a oposição financeira e diplomaticamente no início, mas se a matança pelo regime continuar os civis devem ser ajudados a se proteger. A resolução dá aos Estados árabes todas as opções para proteger o povo sírio", disse um embaixador árabe no Cairo.

 

A ameaça de apoio militar deve intensificar a pressão sobre o líder da Síria e sobre os governos da Rússia e China, aliados de Assad, mas também pode desencadear uma guerra civil semelhante à ocorrida no ano passado na Líbia.

 

"Suspeito que veremos uma maior militarização do conflito, com consequências potencialmente bastante disseminadas e perigosas", disse o analista Salman Shaikh, diretor do Centro Brookings de Doha.

 

A oposição síria já está recebendo armas contrabandeadas, mas não está claro se algum governo está por trás disso. Autoridades iraquianas disseram que militantes sunitas também estão se infiltrando na Síria, que é governada pela seita minoritária alauita.

 

Assad reprime há 11 meses uma rebelião popular que é parte da Primavera Árabe. Inicialmente pacíficos, os protestos ganham cada vez mais contornos de uma guerra civil, com a participação de militares desertores e de outros grupos armados. O governo diz estar enfrentando terroristas patrocinados pelo exterior.

 

Em Homs, o bairro de Baba Amro, reduto da oposição, sofreu ao amanhecer o mais intenso bombardeio dos últimos cinco dias, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Seis pessoas foram mortas, disse o grupo, e o total estimado de vítimas fatais desde o início da ofensiva, em 3 de fevereiro, já supera os 400.

 

"Eles estão atingindo os mesmos pontos várias vezes consecutivas, fazendo com que seja impossível se aventurar lá fora. O bombardeio foi intenso de manhã, e agora é um foguete a cada 15 minutos, mais ou menos", disse à Reuters o ativista Hussein Nader, usando um telefone por satélite.

 

(Reportagem adicional de Edmund Blair, Yasmine Saleh e Ayamn Samir, no Cairo; de Khaled Yacoub Oweis, em Amã; e de Louis Charbonneau, nas Nações Unidas.





Fonte: REUTERS

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