Mello classifica como uma "pena" o fato de enfrentar Bellucci já nas oitavas em São Paulo. (Foto: William Lucas/ Inovafoto/Divulgação)
O fato de enfrentar o melhor tenista nacional na segunda rodada do Aberto do Brasil pouco altera a preparação de Ricardo Mello. O jogador, ao mesmo tempo em que classifica como uma "pena" a precocidade do duelo com Thomaz Bellucci no torneio, descarta qualquer tipo de rivalidade com o compatriota nos dias que antecedem a partida.
"Da minha parte não vai mudar nada. Já estou velho para ficar ignorando, não estou preocupado com isso", afirmou Mello, com um sorriso no rosto, na entrevista concedida depois da vitória em sua estreia no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Nesta segunda-feira, ele dominou o espanhol Pere Riba por 6/4 e 6/2 e se classificou para buscar vaga nas quartas de final do evento contra Bellucci.
"Por mim não tem problema nenhum", prosseguiu Mello, 30 anos, já acostumado à situação de enfrentar brasileiros pelo circuito da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). O atleta, inclusive, já pegou Bellucci, 24 anos, no próprio Brasil Open: foi em 2010, quando venceu por 6/3 e 7/6 (7-3) nas quartas de final do torneio que até então era disputado na Costa do Sauípe, na Bahia.
O retrospecto entre dois dos principais tenistas do País aponta ainda mais três encontros, sempre com vantagem para o mais jovem: na primeira rodada do Aberto da Austrália, em 2011, no piso rápido, por 7/5, 7/5, 4/6, 3/6 e 6/3; na primeira rodada de Wimbledon, em 2010, na grama, por triplo 6/4; e na semifinal do Challenger de Florianópolis, em 2008, no saibro, por 7/5 e 6/4.
"A gente jogou na quadra rápida, na grama, no saibro - só falta indoor", apontou Mello, citando a condição que será encontrada no Ginásio do Ibirapuera. "Acho que todos os jogos foram duros, tirando em Wimbledon quando ele venceu por 3 a 0. Na Austrália foi para o quinto set... fiz bons jogos com ele".
Mello espera ginásio dividido e ironiza número de fãs na Costa do Sauípe
Tanto Ricardo Mello quanto Thomaz Bellucci têm boas lembranças do Brasil Open. O primeiro, além de 2010, chegou à semifinal do campeonato em 2005 e 2011; o segundo foi vice-campeão em 2009. Em meio aos bons retrospectos, o 123º colocado do ranking lamentou por encarar o 38º tão cedo desta vez.
"É uma pena que a gente tenha que jogar logo na segunda rodada. Queria encontrá-lo nas rodadas finais, mas faz parte. O jogo de hoje (segunda-feira) me deu bastante confiança, foi uma estreia acima das expectativas", apontou Mello, que espera a torcida brasileira dividida quando o duelo acontecer, na próxima quarta ou na quinta-feira, em data ainda a ser estabelecida pela organização do torneio.
"É difícil dizer, não sei se vai estar mais para um ou mais para outro, acho que vai estar dividido. Quando joga brasileiro contra brasileiro é assim", projetou. Diante de Riba, o atleta contou com o apoio incondicional dos fãs que compareceram em número apenas razoável ao Ibirapuera, cuja capacidade é de 10 mil pessoas. "Acho que foi bom, para o primeiro dia de torneio já teve mais público que em dois anos seguidos no Sauípe. A média lá é de 15 pessoas por dia", brincou Mello, citando o resort baiano em que o ATP foi realizado entre 2001 e 2011.
Durante a última tarde, os organizadores informaram que 22 mil ingressos haviam sido vendidos para o decorrer da semana, mas não divulgaram a quantidade de público desta segunda-feira. Os bilhetes de cadeiras inferiores para sábado e domingo, respectivas datas da semifinal e da final do evento, estão esgotados. Ainda restam entradas para o anel superior.
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