A Auditoria de Justiça Militar do Rio de Janeiro decretou, na noite desta quinta-feira, a prisão preventiva do cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo, acusado de praticar os crimes de incitamento e aliciamento a motim e revolta. O pedido foi feito pela corregedoria do Corpo de Bombeiros e teve parecer favorável do Ministério Público. Daciolo foi flagrado em escutas negociando um possível acordo entre os grevistas da polícia baiana com bombeiros e polícias Militar e Civil fluminenses. As informações são do Jornal Nacional.
Daciolo foi detido administrativamente no final da noite de ontem, assim que desembarcou no Rio, vindo de Salvador. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, Daciolo poderá enfrentar até mesmo um processo de expulsão da corporação. O cabo já respondia a um Inquérito Policial Militar (IPM) por supostas ações de aliciamento de militares dos últimos meses para o grupo que defende a greve. Daciolo também participou do movimento ocorrido no ano passado, quando parte do efetivo cruzou os braços, e estava no grupo dos 400 homens que foram anistiados após o episódio. Simões admitiu que a prisão do cabo pode incitar ainda mais aqueles que são favoráveis ao movimento grevista. Havia rumores de que grupos ligados a Daciolo preparavam ações de protesto dentro dos quartéis. A mulher do cabo disse que o marido estava na Bahia, a pedido da Auditoria Militar, para ajudar a negociar o fim do impasse na Assembleia Legislativa baiana. "Estão botando na conta dele uma crise que está instaurada no Estado. Ele não tem nada a ver com isso. Fizeram essa prisão arbitrária, e a gente ficou sem saber o que fazer com essa covardia", lamentou.
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