Justiça abre visita ao pátio da Vasp para negociações

A Justiça vai abrir a uma visita ao pátio da Vasp no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na próxima terça-feira (14). A intenção é atrair as empresas interessadas nas quase 80 mil peças da companhia aérea que estão no local, segundo a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da capital, responsável pelo processo de falência da companhia aérea.

Nos hangares da Vasp, que faliu em setembro de 2008, há asas, turbinas, pneus, mesas de refeição, tapeçaria, peças de freios e motor, válvulas de pressão e combustível etc. Além disso, outras 22 aeronaves serão leiloadas, sendo que uma delas, que está em bom estado e foi um dos primeiros boeings a voar no país, será vendida inteira.

Essas peças serão avaliadas e, depois, vendidas por meio de propostas entregues em envelopes fechados à Justiça. O material que não tiver nenhum interessado será leiloado por peso, como sucata. As pessoas físicas também podem entrar no local.

Todo o dinheiro arrecadado com os leilões e vendas de peças da Vasp é revertido para o pagamento dos credores e, sobretudo, é usado para quitar dívidas trabalhistas.

As empresas interessadas em comprar peças da Vasp devem se cadastrar no cartório da 1ª Vara de Falências (Fórum João Mendes Júnior – Praça João Mendes, s/nº) ou no escritório do administrador da massa falida, pelos telefones (11) 3107-7373 ou 3104-9668.

Na última terça-feira (7), a Justiça vendeu, em leilão, uma aeronave boeing 737-200, que não voa mais, por R$ 133 mil. O lance mínimo era de R$ 100 mil.

O comprador não quis se identificar, mas afirmou que vai manter o avião como está e vai transformá-lo em brinquedo para crianças na cidade onde vive.

Após ser notificado da compra, ele tem 30 dias para retirar o avião do aeroporto e arca com os custos para a remoção. Caso ultrapasse o prazo, o comprador terá que pagar aluguel do local.

Além do avião, também foram à leilão quatro lotes de sucatas de aeronaves desmontadas e picotadas. Cada pacote estava avaliado em R$ 30 mil, mas todos foram arrematados com ágio – um por R$ 42 mil; dois por R$ 40 mil e o último, por R$ 36 mil.

No total, a Justiça arrecadou R$ 291 mil com a disputa. O dinheiro será usado para pagar dívidas – sobretudo as trabalhistas - da empresa aérea, que faliu em 2008.

A retirada dos aviões da Vasp do aeroporto de Congonhas representa a liberação de cerca de 170 mil m², o que representa 10% da área total do terminal. Esse espaço seria capaz de abrir 15 posições de embarque e desembarque, segundo o juiz auxiliar do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Marlos Melek.