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Cidades/Geral
Quarta - 08 de Fevereiro de 2012 às 08:02
Por: JOANICE DE DEUS

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PEDRO ALVES/DC
O motorista Paulino Araújo de Assunção aguarda atendimento no Pronto-Socorro de Várzea Grande: greve pode terminar hoje
O motorista Paulino Araújo de Assunção aguarda atendimento no Pronto-Socorro de Várzea Grande: greve pode terminar hoje
Com atendimento cada vez mais precário, os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) sofrem pelos corredores do pronto-socorro aguardando algum tipo de assistência. A situação, que já era caótica na segunda maior unidade de urgência e emergência de Mato Grosso, ficou ainda mais crítica com a greve dos cerca de 340 médicos da rede, que cobram melhorias nas condições de trabalho e pagamento de cinco verbas indenizatórias atrasadas.

Com o braço quebrado, o motorista Paulino Araújo de Assunção, 36 anos, estava na expectativa de ser atendido ontem pela manhã no Pronto-Socorro de Várzea Grande. “Estou aguardando. Falaram que os médicos estão em greve, mas quero ver se consigo pelo menos conversar com o cirurgião”, disse.

Outra que aguardava era a funcionária pública Andréia Arruda, 38 anos. Moradora do Jardim Glória, ela conta que estava com febre e sentindo muitas dores pelo corpo. “Disseram para aguardar, mas está demorando muito”, reclamou.

A presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), Elza Queiroz, informou ontem que 100% do atendimento de urgência e emergência seriam mantidos. Já os casos ambulatoriais seriam mantidos apenas 30%. “Vamos manter o atendimento de urgência e emergência, infelizmente, com a precariedade já existente e a falta de cirurgiões”, disse.

Em frente à unidade, os profissionais espalharam panfletos em que informam que há dois anos lutam por melhorias nas condições de trabalho. Além disso, explicam que a prefeitura municipal não cumpriu acordo judicial homologado em 14 de abril do ano passado. “São mais de cinco meses sem receber parte equivalente a 60% dos salários”, afirmam.

Conforme Queiroz, o piso salarial do médico é de R$ 1,9 mil e o valor pago pela verba varia de R$ 1 mil a R$ 4 mil, o que representaria 60% do salário.

Após se reunir com o secretário de Saúde de Várzea Grande, Marcos José da Silva, no começo da tarde de ontem, a categoria parece ter saído satisfeita com o compromisso firmado de receber uma proposta a contento, mas a presidente do Sindimed fez uma ressalva. “O secretário garantiu que vai apresentar amanhã [hoje] uma proposta satisfatória para os médicos, mas se essa proposta não contemplar as reivindicações, infelizmente teremos que continuar com a greve”.

O secretário Municipal de Cuiabá, Lamartine Godoy, informou que o número de atendimentos no pronto-socorro da cidade aumentou desde janeiro deste ano por conta dos problemas que vêm ocorrendo em Várzea Grande. “No mês passado o atendimento já foi de oito mil pacientes”, disse. A média era de seis mil ao mês.

Godoy disse que a unidade não vai deixar de atender os pacientes que chegarem, porém, reconhece que pode haver queda na qualidade da assistência. “Vai aumentar o número de pacientes e não temos como dobrar o número de profissionais”, destacou Lamartine.

Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse que o Estado acompanha e dá assessoramento, além de estar aberta ao diálogo. Disse ainda que fez um repasse de R$ 1,2 milhão à SMS de Várzea Grande recentemente.




Fonte: Do DC

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