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Terça - 07 de Fevereiro de 2012 às 08:55
Por: Marcos Coutinho

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A despeito de o senador Blairo Maggi (PR) ter aberto seus sigilos fiscal e bancário para a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), ainda na manhã de ontem, o "julgamento" dos procuradores do Conselho Superior, também ocorrido no período matutino, tem forte viés político.

Embora os sete procuradores tenham legitimidade para expressar suas opiniões (afinal, estamos em uma democracia), há um evidente julgamento político da suposta participação do ex-governador no esquema que resultou em um desvio de nada menos do que R$ 44 milhões do dinheiro do contribuinte.

No epicentro da decisão do Conselho está a sucessão do atual procurador geral de Justiça, Marcelo Ferra. E tem o fato de Maggi ter excelente relacionamento com Ferra e com o ex-procurador Paulo Prado, que são do "mesmo grupo" na PGJ.

Qualquer estafeta do MPE sabe que a coexistência pacífica entre os grupos da situação e da oposição está impossibilitada pelo "fator Blairo Maggi", que passou a ser alvo dos oposicionistas no processo sucessório que se avizinha.

Mas o "fator Blairo Maggi" na briga interna do MPE é apenas a cereja de um bolo cuja receita foi formulada com pitadas de discórdia, ciúmes, picuinhas, busca por espaço político e traições. Não convidem para mesma mesa, por exemplo, os procuradores Mauro Zaque e Paulo Prado, cuja desavença ilustra muito bem os dois lados da moeda da sucessão no Ministério Público Estadual.

Para um observador desatento, nada parece estar ocorrendo no âmbito interno da PGJ, mas as línguas e os ouvidos dos corredores estão mais atentos do que nunca, e as escaramuças internas já viraram, há muito, o ponto central das discussões de botecos e padarias de Cuiabá. A verdade, apesar de suas várias faces, é que o clima é tenso no MPE, guardião da Constituição e das lei.






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