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Domingo - 05 de Fevereiro de 2012 às 18:12
Por: Luiz Cesar de Moraes

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Raramente um jogador resiste à atração de uma mesa de jogo. Para o compulsivo, então, a possibilidade de ganhar algo em algum jogo é um apelo irresistível, quase sempre fora de controle. E se a política tem mesmo tanta semelhança com o jogo, como muitos observadores propalam, então o ex-deputado Roberto França não resistiria à oportunidade de disputar a eleição para prefeito de Cuiabá este ano.

Quem acompanha a trajetória de França na política conhece sua experiência tanto no legislativo quanto no executivo. Ele foi vereador por mais de uma vez, inclusive presidente da Câmara; cumpriu mandatos de deputado estadual, em um dos quais também presidiu a Assembleia; e foi deputado federal e prefeito de Cuiabá por dois mandatos.

Com um histórico desses, aliado ao fato de ancorar, hoje, um programa de TV de variedades que consegue ser mais completo do que a maioria do gênero, que ele soube usar eficientemente para se reconciliar com um segmento significativo do eleitorado cuiabano, Roberto França só não será candidato se não quiser. Mas daí a ganhar a eleição há uma longa distância a ser percorrida – todo mundo sabe disso, inclusive ele.

Embora ninguém ainda se assuma como candidato declarado, sabe-se que muitos nomes já estão postos na mesa com vistas ao páreo. O nome de França integra esse grupo, por sinal em terceiro lugar em pesquisa de intenção de votos do instituto Mark divulgada há poucos dias. Ele ocupa lugar de destaque nessa pesquisa, que foi realizada em um momento em que a maioria dos eleitores ainda não sabe quase nada das candidaturas.

Nem tudo são flores, porém, quando se avalia as chances de França de se eleger prefeito da capital pela terceira vez.

Ele já perdeu eleições ao longo de sua trajetória na política. A derrota para Frederico Campos na corrida à prefeitura de Cuiabá, depois de ter ficado na dianteira durante a campanha inteira, é uma delas. Este, por sinal, teria sido um dos episódios marcantes de sua imagem de candidato que não sabe perder. Por não aceitar a derrota, Roberto teria tido um princípio de depressão naquela época, de acordo com relatos de seus próprios correligionários.

Mais recentemente, amargou novo fracasso ao tentar voltar à AL, depois de dois mandatos sucessivos no Alencastro. O que se sabe, da boca do próprio candidato derrotado, é que ele perdeu a eleição porque foi traído por líderes de bairros. Nova derrota, nova fase difícil por não aceitar a adversidade. Desta vez, com a agravante de ter tido contra si a maioria absoluta do funcionalismo público municipal, de quem atrasou salários por até quatro meses.

De tudo que foi dito, fica a certeza de que se trata de um candidato (caso se candidate) que não pode ser ignorado, pois se entrar na disputa será com todas as cartas que puder reunir. Ele gosta de fazer política; é considerado uma das raposas políticas deste Estado; tem serviços prestados mais do que a maioria dos candidatos; e mostra um poder de arregimentação de forças muito grande.

Não é por acaso que o DEM aposta todas suas fichas em França. Não será por acaso se ele se candidatar e vencer a eleição. Muito embora se saiba que, no jogo político, mesmo o jogador mais competente às vezes perde com até três curingas na mão.






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