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Internacional
Sábado - 04 de Fevereiro de 2012 às 18:53

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Manifestantes sírios saquearam a embaixada de seu país no Cairo e invadiram neste sábado missões diplomáticas em Londres e no Kuwait como parte dos protestos em resposta aos relatos de que ataques das forças leais ao ditador Bashar Assad deixaram ao menos 260 pessoas mortas.

Enquanto manifestações de sírios vivendo no exterior e simpatizantes aos opositores ao regime árabe eclodem pelo mundo, o Conselho de Segurança da ONU se reúne em sua sede em Nova York para discutir a situação na Síria e formas de frear a violência no país.

De acordo com organizações opositoras, o regime de Assad bombardeou na madrugada deste sábado a cidade de Homs, um dos principais focos das revoltas contra o ditador. Ativistas acusaram militares também de massacrar mulheres e crianças, e usar tanques e armamentos pesados na pior ação registrada em 11 meses de revoltas.

No Cairo, uma multidão destruiu móveis e equipamentos e incendiou partes do prédio da embaixada durante a noite. Residentes sírios no Kuwait invadiram a embaixada no país durante a madrugada, rasgando a bandeira e ferindo vários seguranças. Em Londres, cerca de 150 pessoas atiraram pedras contra a embaixada síria, quebrando vidros das janelas.

Grupos de protesto também foram vistos em frente das embaixadas sírias na Alemanha, Estados Unidos e Grécia, depois que ativistas de defesa dos direitos humanos divulgaram que mais de 200 pessoas foram mortas por tiros disparados por forças do regime na cidade de Homs.

MASSACRE

O CNS (Conselho Nacional Sírio), grupo que agrega a oposição ao regime de Assad, confirmou que mais de 260 pessoas morreram no que considerou ser "o massacre mais horrível cometido pelo regime desde o começo do levante na Síria".

  Reuters  
Desertores do Exército sírio observam reza de manifestantes em região ao norte de Damasco
Desertores do Exército sírio observam reza de manifestantes em região ao norte de Damasco

O regime negou as acusações, afirmando que tais grupos estavam envolvidos com uma campanha conspiratória para desestabilizar a Síria.

"Algumas emissoras de TV colocaram no ar imagens de um grupo de cadáveres com as mãos acorrentadas, alegando que eles foram mortos por bombardeios do Exército, enquanto são de fato cadáveres de cidadãos inocentes sequestrados, torturados e abatidos por grupos armados terroristas", afirmou o regime em nota.

Levando em conta os divergentes relatos, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU se reúnem neste sábado para discutir novamente uma proposta de resolução contra o regime sírio, instando pelo fim da violência que assola o país.

PRESSÃO INTERNACIONAL

As discussões sobre uma resolução acontece há semanas, com a Rússia e a China indicando que não concordam com as propostas que se afastem de uma solução com base no diálogo entre as partes envolvidas nos conflitos.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou neste sábado que Moscou havia apresentado emendas para a resolução na ONU, em uma tentativa de conciliar as divergências entres os membros do Conselho de Segurança. Ele exigiu que a resolução condene também a violência dos rebeldes.

A Rússia é o principal aliado da Síria no órgão da ONU, e já afirmou repetidas vezes que vai vetar qualquer resolução que exija a renúncia do ditador Assad.

Neste sábado, diversas nações ocidentais já se manifestaram condenando o bombardeio que deixou centenas de mortos na Síria e pressionando os russos a aceitarem uma resolução.

  Jim Watson/France Presse  
Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu que Conselho de Segurança adote resolução
Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu que Conselho de Segurança adote resolução

O ministro de Relações Exteriores da França, Alain Juppé, disse que aqueles que continuaram a bloquear uma resolução teriam uma "grande responsabilidade na história". "A comunidade internacional deve reconhecer e apoiar o direito do povo sírio de liberdade, segurança e a escolha de seu futuro político".

O governo da Espanha também condenou o que chamou de "níveis insuportáveis da repressão" exercida pelo regime sírio e pediu a aprovação na ONU de uma resolução de condenação a Damasco.

Mais cedo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, instou o Conselho a aprovar a resolução e superar as diferenças que afastam Rússia e China dos demais países-membros. Hillary exigiu o fim do "derramamento de sangue" na Síria, um país no qual, segundo ela, o regime "tiraniza sua própria gente".

REPRESSÃO

Em dezembro, a ONU havia atualizado a contagem de civis mortos nas ações violentas das forças de segurança em 5.000 pessoas, e, desde então, não foi divulgado nenhum novo número sobre o assunto. Grupos opositores calculam que o número já ultrapasse os 7.000.

O regime de Assad se defende dizendo que, na verdade, combate terroristas armados, e não manifestantes pró-democracia. Segundo as autoridades sírias, mais de 2.000 membros das forças de segurança morreram nas operações.






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