Medida é reflexo da crise financeira do Legislativo e deve resultar em mais exonerações. Governistas e oposicionistas vão integrar grupo
Comissão vai analisar contas de Emanuel
Após a trégua entre os vereadores governistas e de oposição, a Câmara de Cuiabá instaura uma Comissão Administrativa que visa dar mais agilidade e transparência aos atos da Casa, principalmente aqueles que envolvem questões financeiras.
O grupo ficará responsável por analisar as contas do Legislativo, bem como comandar um estudo de enxugamento da máquina, o que deve impactar em mais exonerações. A medida é reflexo da crise financeira pela qual passa o Parlamento Cuiabano.
“Basicamente, esta Comissão vai funcionar como um auxiliar à equipe técnica da Casa para adequações no Parlamento e no planejamento”, explica o presidente da mesa diretora, vereador João Emanuel (PSD).
A tendência é que, pelo menos, mais 100 funcionários comissionados sejam mandados embora. A exoneração de funcionários que atuam nos gabinetes também não está descartada.
O número de secretárias no Legislativo também deve reduzido. Das 13 Pastas existentes hoje, a tendência é que permaneçam apenas cinco. As demais serão transformadas em diretorias, vinculadas às Pastas às quais mais se assemelhem.
Os membros da Comissão serão dois vereadores do grupo situacionista e dois de oposição. Até agora, já foram definidas as participações de Maurélio Ribeiro (PSDB), Allan Kardec (PT) e Chico 2000 (PR). Resta ainda escolher o segundo membro que representará os parlamentares da base do prefeito Mauro Mendes (PSB).
A disputa está entre Dilemário Alencar (PTB) e Renivaldo Nascimento (PDT). A definição deve ocorrer até aproxima terça-feira (29). A criação deste grupo já faz parte da gestão compartilhada implantada pelo Legislativo na última quinta-feira (24).
O enxugamento da máquina também se faz necessária por conta da redução do duodécimo que é repassado pelo Palácio Alencastro. Nesses últimos três meses do ano, a Câmara Municipal terá uma redução de aproximadamente R$ 650 mil em seu orçamento.
No início do mês, já foram exonerados 102 servidores, o que gerou uma economia de aproximadamente R$ 700 mil. Tratava-se de cargos oriundos de indicações da mesa diretora, divididos no início do ano, logo após a eleição da presidência, entre os vereadores que votaram a favor de João Emanuel.
Outra medida que será adotada pelo parlamento a partir da próxima semana é a criação do Colégio de Líderes. Apesar de ter sido decretado feriado no Legislativo, a primeira reunião deve acontecer já nesta segunda-feira (28).
Na oportunidade será debatida a pauta semana, bem como os projetos que devem ser apreciados nas sessões plenárias. O encontro deve ocorrer sempre às segundas-feiras.
A medida visa evitar o “atropelo” nas votações, principalmente referente a mensagens que chegam do Executivo Municipal e precisam tramitar em regime de urgência.
A trégua entre os parlamentares se deu na última quinta-feira (24) após uma longa reunião em que ficou definida a implantação da gestão compartilhada.
A medida fez com que os 17 parlamentares da base do prefeito desistissem de apresentar um novo requerimento pelo afastamento de João Emanuel da presidência da mesa diretora. O pedido estava pronto e seria lido durante a sessão.
Conforme o social-democrata, esta foi uma conversa definitiva. “Definitivamente selamos a paz. Após a celeuma deste novo pedido, sentimos a necessidade de fazer uma reunião ampla, com todos os vereadores. Fizemos um compromisso de uma gestão compartilhada”.
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