O uniforme preto não será substituido pela farda
camuflada (Foto: André Durão/G1)
Segundo o Major Maurílio Nunes, responsável pela encomenda das novas fardas, o novo uniforme é mais seguro, confortável e permite que os agentes do Bope respirem com mais facilidade.
“São esses três pilares que a gente buscou: saúde, conforto e segurança. Taticamente não é interessante divulgar um padrão de onde e quando vamos usar. Mas a farda preta vai continuar a existir, e a nova padronagem de camuflagem também. A farda nova se adéqua bem em operações na selva e na mata urbana”, disse Nunes em entrevista ao G1. Segundo o major, o tecido foi escolhido após uma pesquisa científica realizada pelo Bope em parceria com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Farda usada por soldado americano no Afeganistão
(Foto: Erik de Castro/ Reuters)
Segurança
A pesquisa concluiu que quando o combatente estava vestido com a farda preta era facilmente identificado durante uma ação. “O preto delineia muito a silhueta do combatente. Então, o bandido vai saber que é um policial que está ali. Já a padronagem da camuflada, quebra o contorno do agente, e dificulta a identificação”, disse.
A farda camuflada que será usada pelo Bope foi criada para soldados americanos que lutaram na guerra do Afeganistão. Segundo o major Nunes, por causa da dificuldade na produção do tecido, o batalhão ainda aguarda a licitação para a compra do novo uniforme.
Policial do Bope simula ação com modelo da nova
farda (Foto: André Durão/G1)
“Se conseguirmos que o tecido seja produzido aqui (Brasil) será uma licitação nacional. Caso tenhamos que importar, abriremos uma licitação internacional. A previsão é que aproximadamente em julho tenhamos essas fardas no Bope”, afirmou Nunes.
As fardas pretas também serão novamente produzidas, com o mesmo tecido usado na farda camuflada. Segundo o Nunes, 1.200 fardas devem ser compradas e cada uma poderá custar cerca de R$ 200.
Evitar cópias
De acordo com o Bope, uma das vantagens da nova farda é a dificuldade de copiar o material. “Depois que todo mundo começar a ver, lógico, acabam querendo copiar. Mas o tecido vai ser muito difícil de imitar. Teremos um cuidado para dificultar ao máximo a cópia da farda”, acredita Nunes.
Simulação com o novo uniforme na mata (Foto: André Durão/G1)
Em 1978, quando o Batalhão de Operações Especiais foi criado, os agentes usavam a farda azul da Polícia Militar, assim como agentes de outros batalhões da instituição. Na década de 90, a farda preta foi adotada. A partir de então, o Bope passou a ser reconhecido pelo uniforme, que também era visto como arma psicológica.
“Falar em mudança de farda gera uma expectativa nas pessoas, achar que a nossa farda preta vai mudar. As pessoas ainda vão identificar o Bope com a farda preta, pois continuaremos usando. Mas muito mais que a farda, o que fez o nome do Bope foi o homem por trás dela”, acredita Nunes.
Segundo o Bope, quando os agentes atuam em ocupações em favelas, todo o equipamento pesa cerca de 25kg. Além da farda, o combatente usa colete, capacete, cinto de guarnição, uma pistola e um fuzil.
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