Policial alegou legítima defesa e diz que disparto foi para o alto
Menor pode ter sido baleado por PM da Rotam
As investigações da tentativa do assassinato contra o adolescente M.R.L.S., 16 anos, baleado na cabeça, apontam que o tiro foi disparado por um policial militar da Rotam, que alegou “legítima defesa”.
Conforme informações, o policial confirmou que fez um disparo para o alto, na segunda-feira (21), no bairro Alameda, em Várzea Grande, para se defender de uma tentativa de assalto. Ele contou que foi cercado por quatro adolescentes e acabou atirando para cima.
O tiro atingiu M., que conforme o boletim de ocorrência, estava armado com uma pistola de brinquedo. Ele estava acompanhado de outros três adolescentes.
Os adolescentes, por sua vez, negam que iriam praticar assalto, mas confirmam que ele gritou para o menor correr. O adolescente, contudo, saiu andando. Em seguida, um tiro atingiu a cabeça do garoto. Eles disseram que nenhum estava armado.
Segundo o policial, ele levava a namorada para o serviço em Várzea Grande, mas como ela esqueceu o uniforme, teve que voltar ao bairro Nossa Senhora Aparecida em Cuiabá. Então, resolveu passar pela rua Walter Fontana onde ocorreram os fatos.
Ele acrescentou que deparou com quatro indivíduos na rua, sendo três atrás e um na frente. Em seguida, ouviu barulho de garrafa de vidro quebrando na rua. “Então entendi que se tratava de um assalto, pois com a garrafa quebrada eu tinha que reduzir a velocidade. Fui alertado pela minha namorada que um deles estava armado”, justificou o militar.
O PM disse ainda que um deles estava armado e se aproximou e fez menção em sacar a arma. Então, o PM se identificou, mas um deles atirou em sua direção. “Então saquei a minha arma e dentro do carro efetuei um disparo com a intenção de defender minha integridade física e de minha namorada”, frisou.
Em seguida, o PM saiu com o carro do local em alta velocidade. Ele acrescentou que a namorada estava em estado de choque e não conseguia nem falar. Relatou ainda que ligou para o oficial do dia da região, informando o que tinha ocorrido.
O PM alegou que só ficou sabendo depois que o garoto tinha sido baleado. Ele não soube dizer se o tiro foi disparado por ele ou por outras pessoas que estavam armadas. Só depois é que ficou sabendo que o garoto estava armado com uma pistola de brinquedo.
No dia seguinte, temendo por ameaças, o PM da Rotam viajou para o interior. Ele solicitou do comandante da Rotam sair das ruas e fazer trabalho interno.
O adolescente continua internado e em estado grave no Pronto Socorro de Várzea Grande (PSVG). Ele está entubado na Unidade de Terapia Intensiva. Ele perdeu parte de massa encefálica e precisa passar por uma cirurgia e corre o risco de ter sequelas.
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