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Nacional
Sábado - 28 de Janeiro de 2012 às 09:01

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Apesar de comemorar um ano vitorioso no Congresso, conseguindo aprovar a maior parte das matérias consideradas prioritárias para o governo, a presidente Dilma Rousseff estuda mudanças nas lideranças do Congresso, segundo fontes. A principal alteração em análise é a do líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que não conseguiu estabelecer uma relação de confiança com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, no ano passado.

Vaccarezza, que tentou ser o candidato do PT à presidência da Casa, trabalhou para ser nomeado ministro no lugar de Ideli quando a presidente deslocou Luiz Sérgio ao Ministério da Pesca. Contudo, a articulação do petista não deu certo e desde então ele e Ideli têm uma relação estritamente formal. Uma fonte do governo que pediu para não ter seu nome divulgado afirmou que, no final do ano passado, a troca de Vaccarezza era dada como certa no Palácio do Planalto, mas durante janeiro o assunto não foi debatido com a presidente.

O líder funciona como o representante do governo dentro da Câmara e do Senado. É dele a responsabilidade por conduzir as negociações com os restante da base aliada a fim de evitar que os projetos contrários aos interesses do Executivo sejam aprovados. Nesse sentido, o petista também acumulou desgastes. Um exemplo foi a votação da reforma do Código Florestal na Câmara, quando o texto aprovado não levou em conta posições claras da presidente que tinham sido negociadas com Vaccarezza. Ao mesmo tempo que a mudança nas lideranças é prioridade no Planalto, aliados do petista dizem que não pegarão em armas para mantê-lo no cargo caso Dilma decida pela troca.

Uma fonte do PMDB, maior partido da coalizão de Dilma e que mantém boas relações com Vaccarezza, disse que, se a legenda for consultada, dirá que o petista é um bom articulador e ajuda o governo, mas não entrará numa campanha pela sua manutenção. Outra fonte, do PT, disse sob anonimato que até mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que levou Vaccarezza à liderança do governo na Câmara durante sua gestão, não se moveria para impedir uma mudança imposta por Dilma.

Em conversas reservadas com aliados, Vaccarezza admitiu dificuldade de relacionamento com Ideli e acredita que ela trabalha por sua substituição. O petista está fora do País e só retorna à Brasília na reabertura dos trabalhos no Congresso, em fevereiro. Em caso de troca, um novo líder deve ser escolhido entre os deputados do PT, e dois nomes circulam como prováveis candidatos à sucessão, segundo duas fontes do governo. Um seria Henrique Fontana (PT-RS), que já exerceu a função antes de Vaccarezza. O outro seria o atual líder do PT na Casa, Paulo Teixeira (PT-SP), visto como solução mais natural, pois teria ajudado Ideli a construir acordos na Câmara quando Vaccarezza não atuava como o esperado pelo Palácio. Outra vantagem de Teixeira é que ele tem boa relação com Marco Maia (RS), o petista que preside da Câmara, com quem Vaccarezza também não tem proximidade.

Senado
Não é apenas na Câmara que pode haver troca na liderança. O senador José Pimentel (PT-CE), nomeado líder do governo no Congresso em setembro, depois que Dilma convidou o então ocupante do cargo, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), para assumir o ministério da Agricultura, tem outras aspirações.

Antes de assumir o posto ele tinha firmado um acordo com a senadora Marta Suplicy (PT-SP) para sucedê-la na vice-presidência do Senado neste ano. Porém, depois que Pimentel foi nomeado líder, o acerto informal pode não ser cumprido pela ex-prefeita de São Paulo. "Ela não quer cumprir o que foi acertado. Alega que pode ter problema legal essa troca. Nós vamos tentar convencê-la", disse o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

Essa posição da senadora tem causado constrangimento na bancada, pois Pimentel exige o cumprimento do acordo. Costa não acredita que Dilma se intrometa na disputa. Porém, se Dilma nomear Marta a um ministério, possibilidade hoje remota, Pimentel poderia assumir a vice-presidência da Casa e Dilma teria que escolher um novo líder para o Congresso. A fonte do governo afirmou que Pimentel teve uma atuação discreta na liderança nesses poucos meses, tanto que o principal interlocutor do Executivo na negociação do Orçamento no Congresso foi o deputado Gilmar Machado (PT-MG), bastante experiente no tema.

Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que já liderou as negociações do governo nas gestões de Fernando Henrique Cardoso e Lula, teve uma atuação menos decisiva no último ano, mas continua bem avaliado no Executivo. Ele sempre teve grande interlocução com os partidos de oposição (PSDB e DEM), mas como as duas legendas saíram das urnas enfraquecidas, o Executivo recorre muito pouco a acordos com elas para aprovar matérias do seu interesse na Casa.





Fonte: Terra

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