Peter Jackson narra caso de jovens presos injustamente
O diretor neozelandês Peter Jackson deixou a terra dos Hobbits para viajar até o Sundance Film Festival no final de semana e falar sobre um assunto nada fantasioso. Ele é um dos produtores do documentário "West of Memphis", um dos mais comentados nesta edição do evento, por trazer novas evidências sobre o caso de três adolescentes presos por 18 anos por um crime que não cometeram.
Em 1994, os jovens de Arkansas foram acusados e sentenciados pelo assassinato com fins ritualísticos de três garotos de oito anos na pequena cidade de West Memphis. Em 2011, eles foram finalmente libertados: Damien Echols, que estava no corredor da morte, Jessie Misskelley e Jason Baldwin, que haviam sido condenados a prisão perpétua.
Echols participou da coletiva de imprensa em Sundance sobre o filme, junto com Jackson. O diretor e sua mulher, Fran Walsh, ficaram sabendo do caso após assistir ao documentário "Paradise Lost", da HBO, em 2004, que já apresentava evidências de um julgamento mal feito.
"Ficamos chocados com a história e mais chocados ainda ao descobrir que eles continuavam presos", disse Walsh, ao lado de Jackson.
O casal entrou em contato com a mulher de Echols, Lorri Davis, e passou a dar todo tipo de apoio para libertá-los.
Victoria Will/Associated Press | ||
Damien Echols, que estava no corredor da morte, posa com a mulher, Lorri Davies, no Festival de Sundance |
"Fomos atrás de um time de defesa, fomos atrás para fazer testes de DNA, não disponíveis na época. Queríamos trazer especialistas que nunca estiveram no julgamento e mostrar todo o nonsense", disse Jackson.
Em 2009, o novo material coletado foi rejeitado pelo tribunal e, desta maneira, nascia a ideia do documentário.
"Ficamos arrasados. Então resolvemos fazer o que fazemos melhor, um filme, para mostrar ao mundo o que estava acontecendo", continuou o diretor.
"Foi uma experiência amarga", disse Walsh. "Muitas decepções, um processo extremamente difícil, mas o final foi extraordinário."
A jornalista investigativa Amy Berg, indicada ao Oscar pelo documentário "Deliver Us from Evil" (2006), foi escalada para dirigir o filme, que ela passou mais de dois anos fazendo. Henry Rollins, Eddie Vedder e membros do Metalica também deram suporte ao caso.
Em 2010, finalmente os testes de DNA foram analisados pela justiça, o que acabou levando à libertação dos três de Memphis, em agosto de 2011. O processo, no entanto, ainda não acabou.
Não houve nenhuma compensação financeira, já que os três estão sob um acordo jurídico no qual só serão considerados totalmente absolvidos pelo sistema quando se achar o verdadeiro assassino.
Os advogados continuam na batalha, e o filme traz indícios, através dos testes de DNA, que complicam a vida de Terry Hobbs, padrasto de uma das crianças assassinadas. Hobbs já processou a equipe uma vez e perdeu.
Echols, de óculos escuros de lentes azuis, comentou na coletiva que, enquanto no corredor da morte, tentava ficar afastado dos detalhes das investigações para "conseguir manter a sanidade".
"Quero agora dedicar minha vida às artes plásticas, à literatura. Vou lançar um livro em outubro e fazer uma exposição em setembro em Nova York", disse. "Quero fazer coisas que sejam reconhecidas por si só, não quero ficar conhecido para sempre como o cara que estava no corredor da morte."
"Foi uma experiência amarga", disse Walsh. "Muitas decepções, um processo extremamente difícil, mas o final foi extraordinário."
A jornalista investigativa Amy Berg, indicada ao Oscar pelo documentário "Deliver Us from Evil"(2006), foi escalada para dirigir o filme, que ela passou mais de dois anos fazendo. Henry Rollins, Eddie Vedder e membros do Metalica também deram suporte ao caso.
O processo, no entanto, ainda não acabou. Em 2010, finalmente os testes de DNA foram analisados pela Justiça, o que acabou levando à libertação dos três de Memphis, em agosto de 2011. Não houve nenhuma compensação financeira, já que os três estão sob um acordo jurídico pelo qual só serão considerados totalmente absolvidos quando forem encontrados os verdadeiros assassinos.
A equipe jurídica continua na batalha, e o filme traz indícios, através dos testes de DNA, que complicam a vida de Terry Hobbs, padrasto de uma das crianças assassinadas. Hobbs já processou a equipe uma vez e perdeu.
Echols, de óculos escuros de lentes azuis, comentou na coletiva que, enquanto no corredor da morte, tentava ficar afastado dos detalhes das investigações para "conseguir manter a sanidade". "Quero agora dedicar minha vida às artes plásticas, à literatura, vou lançar um livro em outubro e fazer uma exposição em setembro em Nova York", disse. "Quero fazer coisas que sejam reconhecidas, não quero ficar conhecido para sempre como o cara que estava no corredor da morte."
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