Menina foi encontrada no dia 1º de janeiro, jogada no chão, no Centro da Capital
DNA confirma que doméstica é mãe de bebê abandonado
Um exame de DNA comprovou que Rosângela Nunes da Silva, 32, é mãe da bebê abandonada que foi encontrada no primeiro dia do ano, na Avenida Coronel Escolástico, no bairro Bandeirantes, região central da Capital.
O resultado foi entregue na tarde de quinta-feira (19) à delegada Liliane Murata, da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). O exame foi realizado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), em Cuiabá.
Rosângela já havia prestado depoimento à delegada Alexandra Fachone, também da Deddica, no dia 5 passado, e confessou ter abandonado o bebê. Ela chorou bastante durante o interrogatório e disse estar arrependida do que fez.
A mulher já está sendo acompanhada por uma equipe médica e deverá passar por exames psiquiátricos, ainda no início do mês de fevereiro. O estado psicológico de Rosângela será avaliado para atestar de ela sofreu algum tipo de transtorno mental (depressão pós-parto), que a teria induzido a abandonar a filha.
Os exames serão realizados por médicos legistas do Instituto de Medicina Legal (IML). Com o laudo do exame, o inquérito policial aberto para apurar crime de abandono de incapaz será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), titular da ação penal pública, que vai analisar eventual responsabilização criminal.
Enquanto isso, fica nas mãos da Justiça também o destino do bebê, que atualmente está no Lar da Criança.
Depoimento
Rosângela contou que descobriu a gravidez quando foi fazer exames para a realização de uma cirurgia de laqueadura. Sem se preocupar em manter um acompanhamento da gestação, o único exame realizado foi uma ultrassonografia, no dia 30 de dezembro de 2011, quando descobriu que o bebê já estava com 40 semanas e poderia nascer a qualquer momento.
Como o marido, o motorista Julio Cássio de Arruda, 27, disse não querer saber mais de filhos - uma vez que o casal tem quatro, ela decidiu esconder a gestação. A família de Rosângela acreditou que o tamanho maior da barriga era conseqüência de um aumento de peso.
A mãe do bebê disse que, com o nascimento iminente da criança, decidiu passar a virada do ano sozinha, enquanto o marido seguia para a casa de parentes. Em casa, ela teve o bebê sozinha, limpou a criança e a enrolou em uma manta, que pertencia à seu filho menor, colocando a recém-nascida em um saco.
Em seguida, Rosângela conta que ficou muito confusa e, sem saber o que fazer, saiu andando pelas ruas do bairro onde mora, pegou um ônibus, e, ao descer no Centro da Capital, optou por deixar a filha na calçada, ao lado de uma loja de roupas para gestantes.
Rosângela contou ainda que perdeu a consciência pouco tempo depois, acordando apenas quando já estava internada no Hospital Santa Rosa, no dia seguinte.
Abandono
A recém-nascida foi encontrada por volta das 12h de domingo (1º de janeiro), por um menino de quatro anos, que passava pelo local acompanhado da avó. A menina foi deixada enrolada em uma manta branca, ainda com a placenta e o cordão umbilical.
O bebê foi resgatado pela avó da criança, auxiliada por policiais militares que passavam pela avenida.
No Pronto-Socorro de Cuiabá, a equipe médica que atendeu o bebê afirmou que ele passava bem e tem seu quadro clínico era considerado estável.
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