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Nacional
Quinta - 19 de Janeiro de 2012 às 10:44
Por: RENATO MACHADO

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O ministro Fernando Haddad (Educação) afirmou nesta quinta-feira que a decisão judicial que determinou o acesso de todos os candidatos à redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) dificulta ainda mais a possibilidade da realização de dois exames neste ano, como estava inicialmente previsto.

O próprio Haddad já havia dito na semana passada que a nova edição do exame no primeiro semestre, nos dias 28 e 29 de abril, não estava garantida.

Agora, no entanto, o ministro transmite parte da responsabilidade pela possível não realização dos dois exames aos pedidos recentes do Ministério Público Federal do Ceará, que foram aceitos pela Justiça.

Na terça-feira (17), a Justiça Federal acatou o pedido da Procuradoria e concedeu liminar obrigando o ministério e o Inep, órgão responsável pelo Enem, a fornecerem acesso à prova de redação e ao espelho de correção para todos os 4 milhões de candidatos do último exame. O governo informou que vai recorrer.

O ministro, que vai deixar o cargo na próxima terça-feira para concorrer à Prefeitura de São Paulo, reforçou que não há condições técnicas atualmente para oferecer a redação para todos os candidatos.

"O coroamento do Enem passa por duas edições no ano e nós sabemos disso desde 2009. Mas não podemos colocar a máquina em fadiga, sobretudo com essas novas exigências que estão sendo feitas pelo Ministério Público", disse o ministro logo após participar do programa "Bom Dia Ministro", produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

Haddad criticou o fato de que as exigências que estão sendo feitas ao Enem não se repetirem em nenhum outro vestibular.

"Por que um vestibular que tem 30 anos ainda não se preparou para isso e o Enem que tem três precisa se preparar no dia da divulgação do resultado?", questionou o ministro, que chegou a levantar a hipótese de que as ações contra o exame sejam políticas.

"Dá quase a impressão de que é uma questão ideológica que está por trás e não uma questão técnica séria. Será que é isso?". Ele também considerou que a decisão da Justiça Federal do Ceará "desconsiderou" outra de um juiz de Brasília que homologou um termo entre o ministério e o Ministério Público do Distrito Federal.

Segundo esse acordo, o MEC seria obrigado a exibir as vistas da prova pela internet a partir do exame deste ano --mas não especificou se isso aconteceria na prova de abril, se ela acontecesse.

Durante o programa, Haddad respondeu a perguntas de âncoras de rádios de todo o país, entre públicas e privadas. O ministro aproveitou para fazer um balanço de sua gestão e ressaltar os programas que implantou no ministério.

Quando questionado sobre as falhas no Enem, o ministro voltou a afirmar que os problemas foram "pontuais" e repassou as críticas para o professor do colégio Christus que foi indiciado sob suspeita de estelionato por ter vazado questões no último Enem.

"Nos Estados Unidos, as próprias escolas aplicam o teste. E aqui você tem um professor de uma escola de elite que aproveita uma oportunidade para cometer um crime de estelionato, segundo a Polícia Federal".

O ministro afirmou que gostaria de ter avançado mais na educação da população do campo e disse que um projeto para esse público, chamado Pronacampo, está pronto e já foi repassado ao seu sucesso.






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