O ajudante de pedreiro Jonatham Palma, de 23 anos, apagou da memória o dia 5 de janeiro deste ano. Naquela manhã, ele e mais cinco trabalhadores estavam dentro do elevador da obra de um edifício que despencou de uma altura de 18 metros, em Cuiabá. Apenas três pessoas sobreviveram à queda. “Deus colocou a mão e salvou o meu filho”, contou em entrevista ao G1 a mãe do trabalhador, a doméstica Joanita Soares.
Joanita afirmou que o filho deixou o hospital há cinco dias, mas em casa ainda não conseguiu lembrar do que aconteceu. “Ele ainda esta vivendo do passado”, declarou. A mãe comentou que o filho pensa que a última terça-feira (17) foi o primeiro dia de trabalho dele após o período de férias.
“Não lembro de ter me machucado”, foi a única coisa que ele conseguiu expressar. Os médicos afirmam que a confusão mental é considerada normal quando há grandes traumas e que Jonatham deve se recuperar com o tempo. Além de dificuldade para concatenar o raciocínio lógico, ele sente dores nas costas, está com um dos joelhos machucado e passa o tempo todo dormindo devido ao uso de medicamentos. O rapaz de 23 anos terá que fazer fisioterapia para voltar a ter os movimentos normais.
A mãe Joanita Soares afirmou que o filho já consegue se alimentar direito e até tomar banho sozinho. A doméstica, que está de férias, disse que espera ver o filho, o mais velho de quatro irmãos, voltar ao trabalho para poder ajudar no sustento da família. “Espero que ele se recupere e volte logo a vida normal. Eu agradeço a Deus por ele estar vivo”, deseja.
Acidente
Seis pessoas estavam no elevador no momento em que o equipamento despencou repentinamente. Dois trabalhadores morreram na hora e outros quatro foram socorridos, porém um deles não resistiu e morreu ainda naquele dia. Dos três sobreviventes do acidente, um continua internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular de Cuiabá.
Elevador despencou de altura de 18 metros
(Foto: Denise Soares/G1)
Segundo o Ministério do Trabalho em Mato Grosso, a queda do elevador pode ter sido provocada pelo rompimento do cabo de um dos três eixos que sustentavam o equipamento.
“O rompimento de um dos três eixos do elevador pode ter ocorrido devido à sobrecarga de peso. Esta é, por enquanto, a nossa principal hipótese. Até porque a investigação da causa do acidente ainda está no começo”, relatou Aline Roberto Amoras, chefe do Núcleo de Segurança da Superintendência Regional do Trabalho.
A chefe do Núcleo de Segurança da Superintendência Regional do Trabalho em Mato Grosso, Aline Roberto Amoras, destacou que a investigação da causa do acidente é bastante delicada. Isso porque, por exemplo, o elevador tinha seis meses de uso e há dois meses havia sido inspecionado. Contudo, os laudos dos profissionais poderiam valer por um ano, mas antes do prazo foi verificado um problema que pode ter causado a queda.
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