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Internacional
Segunda - 16 de Janeiro de 2012 às 14:49

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O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta segunda-feira em Madri que as decisões das agências de qualificação de crédito do país "no fundo, não mudam nada". Na sexta-feira, a Standard & Poor"s rebaixou a nota do crédito francês.

Sarkozy ressaltou que os esforços para tirar a França da crise continuam. "Devemos reduzir os déficits, reduzir os gastos, melhorar a competitividade das nossas economias para retomar o crescimento".

A declaração foi feita em uma entrevista coletiva após a visita do presidente de governo espanhol, Mariano Rajoy. Pouco antes, o espanhol "deu seu apoio" ao imposto sobre as transações financeiras e chamou o tributo de "cavalo de batalha" do presidente francês.

REBAIXAMENTO

A Moody"s manteve nesta segunda (16) a nota triplo A da França, apesar do rebaixamento da Standard & Poor"s. No domingo, Sarkozy pediu calma após a queda e que introduzirá mais reformas para colocar a França de volta ao caminho certo.

Além do país, a S&P rebaixou os "ratings" de outros oito integrantes da zona do euro. Além disso, a agência advertiu que a "perspectiva" para as notas alteradas é "negativa", com maior possibilidade de rebaixamento na próxima revisão, em até dois anos.

Em relatório, os analistas consideraram "insuficientes" as iniciativas tomadas pelas autoridades da União Europeia para lidar com os estresses da zona do euro.

  Ratings - S&P  
Zona do Euro Antes Depois
Áustria AAA AA+
Chipre BBB BB+
Eslováquia A+ A
Eslovênia AA- A+
Espanha AA- A
França AAA AA+
Itália A BBB+
Portugal BBB- BB
Malta A A-
AAA - BBB Grau de Investimento (capacidade "forte" ou "adequada" do emissor de cumprir seus compromissos financeiros)
BB - C Grau Especulativo (maior vulnerabilidade do emissor a condições econômicas adversas)

Fonte: Standard & Poor"s

Dentre os países considerados "AAA" (a melhor nota possível, equivalente a menor probabilidade de insolvência financeira), dois saíram da qualificação máxima -- França e Áustria, rebaixados para "AA+" (a segunda melhor nota). A agência manteve as notas de Alemanha (maior economia do bloco), Finlândia, Holanda e Luxemburgo na categoria máxima.

A "nota" da Itália foi reduzida de "A" para "BBB+", enquanto a Espanha, de "AA-" para "A".

Portugal foi rebaixado à categoria "grau especulativo", com "BB", fazendo companhia a Grécia, até hoje a única nação dos 17 membros do zona do euro nessa categoria.

Apesar das quedas, os demais países do bloco permaneceram na categoria "grau de investimento" (a mesma do Brasil e EUA), reservada para as nações com menor risco de calote.

ENTENDA

O "rating" é uma "nota" atribuída que define a possibilidade de um país ou empresa não saldar seus compromissos financeiros.

Na prática, o resultado das avaliações mostram que esses países podem ser considerados de maior risco e pode ter consequências para o financiamento das dívidas no mercado financeiro.

Os governos europeus oferecem periodicamente a investidores títulos soberanos (os verdadeiros alvos dos "ratings") para levantar recursos. Porém, investidores têm pedido juros mais altos para financiar as dívidas desses países pelo agravamento da crise.

No limite, Grécia e Portugal são exemplos de nações europeias que tiveram que recorrer ao FMI para evitar o "default" (calote), por não encontrarem compradores para seus títulos, a não ser a juros "proibitivos".

O rebaixamento promovido pela agência S&P deve ter outro resultado drástico para o Velho Continente.

A crise das dívidas soberanas levou a comunidade europeia a montar o chamado Fundo de Estabilidade Financeira Europeu, para o socorro de países em apuros.

Esse fundo também é um emissor de dívida, e como tal, também tem um "rating" ("AAA"), já que é pago pelas economias mais robustas da região. Com o rebaixamento desses países, fatalmente será mais difícil levantar o capital necessário no mercado, para tranquilizar os investidores.

FITCH E MOODY´S

Em meados de dezembro, a agência Fitch Ratings também ameaçou reduzir as notas dos países da zona do euro, citando as dificuldades para lidar com a instabilidade da região.

Além do bloco do euro, outros países do Velho Continente também estão na lista negra das agências de "rating".

No mês passado, a S&P rebaixou a "nota" da Hungria para "BB+", entrando no grau especulativo, categoria para os países de maior risco de insolvência financeira.

A S&P explicou em um comunicado que o "contexto de políticas públicas imprevisíveis" agravou a situação do país.

  Editoria de Arte/Folhapress  
NOTAS DE RISCO Escala de ratings globais das agências
 





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