Autoridades de ambos os lados se reuniram em Genebra para avaliar a resposta da UE a uma determinação da Organização Mundial de Comércio (OMC), segundo a qual o bloco europeu concedeu bilhões de dólares em ajuda irregular para a Airbus, prejudicando os interesses da Boeing Co, sua rival no setor.
O porta-voz da UE para o comércio confirmou que as duas partes haviam mantido uma reunião formal para consultas, mas não fez mais comentários. Depois disso, a OMC anunciou em seu website que havia sido designado um árbitro para averiguar o plano da UE para cumprimento da decisão.
No mês passado a UE informou que havia cumprido a determinação de alterar os empréstimos governamentais que conteriam subsídios, mas sua resposta à sentença de 1.000 páginas da OMC não foi tão detalhada como os oponentes das medidas do bloco gostariam que fosse.
O governo norte-americano rejeitou o plano da UE e anunciou que poderia pedir sanções, num total de cerca de 7 bilhões a 10 bilhões de dólares anualmente.
Em declarações durante a reunião de sexta-feira, em Genebra, uma alta autoridade dos EUA disse querer provas do bloco europeu de que havia removido os subsídios concedidos à Airbus. Se não ficasse satisfeito, afirmou, iria pedir que um árbitro decidisse se a UE havia cumprido a determinação da OMC.
Assim que a avaliação for concluída, a UE poderia ser alvo de uma segunda arbitragem, desta vez sobre o valor das sanções que os EUA têm direito de impor para compensar os prejuízos causados à Boeing pelos subsídios concedidos à Airbus, disseram altos funcionários dos EUA.
Na sexta-feira, a porta-voz da Airbus Maggie Bergsma qualificou a medida como sendo apenas "um novo passo processual" em um caso iniciado em 2004 e disse que a situação continuará assim "por anos até que alguma parte possa entrar com um pedido de sanções".
A UE aguarda os resultados de uma apelação, numa ação contrária, na qual a OMC descobriu que os EUA também concederam ajuda irregular à Boeing por meio de pesquisas ou esquemas tributários.
Os dois lados estão há anos envolvidos em acusações mútuas de ajuda para suas indústrias aeronáuticas - que abrangem centenas de milhares de empregos, incluindo entre os fornecedores - e não concordam nem mesmo sobre a amplidão de sua disputa.
(Reportagem de Tim Hepher e Doug Palmer)
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