Reservatórios apodrecem em reduto eleitoral de ministro
Reservatórios de água destinados a famílias que sofrem com a seca em Pernambuco estão abandonados em um terreno da estatal Codesvaf, em Petrolina (PE), base eleitoral do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) é vinculada ao Ministério da Integração.
Os reservatórios, comprados dentro do programa Água para Todos, fazem parte das ações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), vitrine dos governos Lula e Dilma Rousseff.
Breno Costa/Folhapress | ||
Reservatórios de água distribuídos pelo governo e que aguardam instalação em Petrolina (PE) |
OUTRO LADO
A Codevasf negou que os reservatórios estejam abandonados. De acordo com a empresa, os tanques estão "estocados" num terreno em Petrolina porque a empresa contratada para instalá-los não o fez.
MINISTRO
Bezerra tem sido alvo nas últimas semanas por suspeitas de que teria beneficiado Pernambuco --Estado governado pelo seu partido e onde fica sua base política-- com verbas para a prevenção de enchentes.
Um dos programas do ministério teve 95,5% dos pedidos de verba sob a gestão Bezerra em favor de seu Estado.
Dados da ONG Contas Abertas, divulgados pelo jornal "O Estado de S. Paulo", mostram que 90% dos recursos pagos no ano foram canalizados para Pernambuco.
A partir daí, as acusações não pararam mais. Segundo reportagem da Folha, o ministro privilegiou seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), com o maior volume de liberação de emendas parlamentares de sua pasta em 2011.
Coelho foi o único congressista que teve todo o dinheiro pedido empenhado (reservado no Orçamento para pagamento) pelo ministério (R$ 9,1 milhões), superando 219 colegas que também solicitaram recursos para obras da Integração.
Liberado em dezembro, o dinheiro solicitado pelo deputado iria para ações tocadas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba), uma empresa pública presidida pelo irmão do ministro, Clementino Coelho, que deixou o cargo após as acusações.
Bezerra alega que as acusações são infundadas, com origem no acirramento eleitoral
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