Os fabricantes de automóveis têm apresentado uma série de novos híbridos e de veículos elétricos esta semana na Feira do Automóvel de Detroit, promovendo a economia de energia junto a renovados modelos.
Contudo, apesar deste compromisso aparente, internamente, os construtores continuam divididos entre o otimismo com relação ao potencial do setor e as dúvidas quanto sua aceitação.
Dez anos depois do lançamento do híbrido Toyota Prius, apenas 3% dos carros vendidos nos Estados Unidos são elétricos ou híbridos, que funcionam com combustível e eletricidade, afirmou David Cole, diretor do Centro de Investigação Automotiva.
"A situação econômica atual desfavorece o consumo desses modelos, que a princípio foram bem vistos", disse Cole.
A Nissan vendeu apenas 9.700 unidades de seu modelo elétrico Leaf no mercado americano, enquanto que a General Motors já despachou 8.000 carros de seu modelo recarregável Volt desde que o lançou ao final de 2010.
Apesar da cautela, o investimento das três grandes fabricantes automotivas de Detroit (GM, Ford e Chrysler) em tecnologias híbridas e elétricas acelerou nos últimos anos devido ao estímulo e apoio do governo, afirmou Cole.
A Ford lançará esta semana o modelo Fusion 2013, um sedan de tamanho médio que contará com versões a gasolina, híbridos e semi-elétricos.
"O ritmo de produção será ditado pelo mercado", disse Mark Fields, presidente da Ford para América.
Para Sergio Marchionne, presidente de Fiat e Chrysler, esse mercado ainda deixa muitas dúvidas. "Principalmente o estabelecimento dos carros elétricos tem sido questionado devido a sua viabilidade", disse.
Já Carlos Ghosn, diretor-presidente da Renault-Nissan, tem uma postura mais positiva.
"Existem dificuldades, mas acredito que ainda estamos muito longe do potencial do mercado", afirmou Ghosn em Detroit. "Por hora, o problema é o abastecimento e a espera com as baterias", completou o diretor, que defende a produção do modelo Leaf e das baterias nos Estados Unidos.
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