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Nacional
Sexta - 03 de Janeiro de 2014 às 10:28
Por: Cassio Albuquerque

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Ao menos dez poços residenciais da avenida Sebastião Lamarão, bairro Novo Horizonte, Zona Norte de Macapá, estão com suspeita de contaminação com uma substância que os moradores dizem ser óleo diesel. De acordo com os moradores, o problema iniciou há um ano e afetou o lençol freático da área, comprometendo o consumo de água de quem utiliza poços amazonas - poços rasos cavados manualmente.


 
Segundo o motorista Geovani Santos, de 31 anos, o primeiro indício constatado foi o forte odor que vinha dos poços. "Ligava a torneira e saía óleo, ao invés de água. Nos últimos 3 meses, a tonalidade da água foi ficando amarelada, oleosa e com gosto amargo. Comecei a ficar preocupado, pois achei que era algum problema no meu poço, mas conversando com os vizinhos percebi que alguns também passavam pela mesma situação", contou.


 
O motorista conta que já gastou mais de R$ 1 mil em serviços de perfuração e limpeza no poço, mas o problema persiste. "Hoje tenho que andar 300 metros para pegar água na casa da minha mãe, porém eu temo que esse óleo possa atingir outros moradores. Faz 30 dias que a Delegacia do Meio Ambiente nos visitou, mas nada mudou", alertou.


 
A comerciante Telma Ribeiro, de 55 anos, conta que parou de utilizar o poço de sua residência depois da visita do órgão ambiental. "Tenho que comprar e buscar água na casa de parentes para fazer comida e os serviços de casa, pois se a gente depender da Caesa [Companhia de Água e Esgoto do Amapá] ficaremos na mesma porque o abastecimento de água do nosso bairro é precário", disse indignada.


 
O marido de Telma, Cícero Barbosa, de 72 anos, disse que muitas crianças e moradores teriam tido problemas de saúde ao beberem e entrarem em contato com a água suspotamente contaminada. "Eu cheguei a ficar com micoses pelo corpo e o médico me disse que foi devido ao elevado nível de contaminação. Em 18 anos que moro no bairro Novo Horizonte é a primeira vez que isso acontece", declarou.


 
Suspeitas


 
Os moradores suspeitam que o óleo atingiu o lençol freático após um vazamento ocorrido em um depósito subterrâneo de combustível, localizado no terreno de duas empresas de ônibus que ficam próximas as casas atingidas.


 
Procuradas pelo G1 as empresas disseram que não vão se pronunciar sobre o assunto até que recebam o resultado de uma amostra de água que foi encaminhada para  análise da Petrobras.


 
Investigações


 
Os moradores acionaram o Ministério Público Estadual que encaminhou o caso para a Delegacia de Meio Ambiente (Dema). Segundo o delegado Sávio Pinto titular da Dema, a Polícia Técnico-Científica (Politec) realizou uma perícia no material também no início de dezembro, mas o resultado será divulgado em 30 dias.



"Nós realizamos a visita no local e constatamos que mais de 10 famílias estão sendo afetadas com o problema. Só poderemos dar prosseguimento ao inquérito após o resultado do laudo pericial" explicou.




Fonte: Do G1 AP

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