O novo cangaço voltou a agir no interior de Mato Grosso; desta vez oito assaltantes fizeram reféns em duas agências bancárias de Confresa
Confresa é o primeiro alvo do ano
Caminhonete jogada em rio perto de Confresa: polícia suspeita de que ladrões tenham fugido de avião
O novo cangaço voltou a agir no interior de Mato Grosso. Numa ação ousada, oito assaltantes invadiram as agências do Banco do Brasil e do Sicredi na tarde de ontem em Confresa (1.180 km de Cuiabá). Foi o primeiro assalto desse tipo em 2012. O roubo durou pouco mais de 40 minutos, tempo suficiente para levar pânico e medo à população da cidade de 27 mil habitantes.
Tal como na série de assaltos praticada em várias cidades do estado em 2011, os bandidos dominaram os vigilantes das agências, tomaram armas e usaram os clientes como escudo para reprimir uma eventual represália policial. Nove pessoas foram feitas reféns, entre elas a gerente do Banco do Brasil, Elizânia Batista.
A proximidade dos bancos facilitou a ação dos assaltantes. Primeiro eles entraram no Banco do Brasil e depois assaltaram o Sicredi, que fica do lado. Com armas de grosso calibre, dispararam tiros de advertência, destruíram as portas das agências e ameaçaram matar os reféns se eles não colaborassem ou caso algum membro da quadrilha fosse ferido. Pessoas entraram em estado de choque diante da violência dos assaltantes.
Segundo clientes que foram usados como escudo humano, os assaltantes estavam encapuzados e, a todo momento, ameaçavam efetuar disparos caso alguém esboçasse qualquer reação. “Todos foram obrigados a se deitar no chão. Nunca imaginei viver um momento como este. Foi horrível”, disse uma das reféns, funcionária de uma das agências, que não quis ter o nome divulgado.
Depois de concluir o assalto, o bando fugiu com os nove reféns em quatro veículos: duas caminhonetes Chevrolet S-10, uma Mitsubishi L-200 da Secretaria de Saúde de Confresa e um Chevrolet Prisma, este incendiado cerca de 10 quilômetros de Confresa, na localidade de Três Flechas. Nesse local sete dos nove reféns foram liberados.
A Polícia Militar mobilizou o efetivo da região, inclusive, com o reforço da Força Tática do Araguaia, de Barra do Garças, na tentativa de capturar os assaltantes. Um dos helicópteros do Centro Integrado de Operações Aéreas também foi requisitado pelo Comando Regional de Vila Rica para auxiliar nas buscas.
Segundo a PM, os bandidos não conseguiram levar dinheiro do Banco do Brasil e apenas uma pequena quantia não revelada do Sicredi – já que a agência ainda não tinha recebido os malotes de dinheiro para o pagamento de folhas salariais de empresas. Ainda segundo a PM, uma das três caminhonetes usada na fuga foi jogada dentro de um rio, crivada de balas. Ela pertence a um advogado de Confresa.
Existe a suspeita de que parte da quadrilha tenha fugido em uma aeronave que levantou voo na região sem autorizada, e outra parte tenha seguido de carro em direção à cidade de São José do Xingu.
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