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Saúde
Sábado - 07 de Janeiro de 2012 às 10:01

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Ter uma velhice saudável é objetivo individual de quase todos os brasileiros, cuja expectativa de vida cresceu nos últimos anos.

O envelhecimento da população, no entanto, colocou a chegada ao fim da vida em plena atividade como meta - e um desafio - também para quem pensa as políticas públicas do País.

Traçar as estratégias para que a população brasileira envelheça com saúde exige dos gestores considerar todas as variáveis que garantem essa condição. O comportamento individual e o acesso à saúde (médicos, hospitais e medicação) não são as únicas condições. O ambiente onde vivem os idosos é determinante para a promoção da saúde entre eles.

Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Durante o doutorado em Saúde Pública, a fisioterapeuta Fabiane Ribeiro Ferreira se dedicou a analisar a importância do contexto do idoso para o seu envelhecimento.

"A população está cada vez mais urbana e mais velha. Eu queria entender a relação desse ambiente com a qualidade e a funcionalidade da vida dessas pessoas", afirma Fabiane critica o fato de que, pelo senso comum, a responsabilidade por ter uma velhice cheia de saúde seja atribuída apenas aos próprios idosos.

"O lugar em que ele vive, a infraestrutura da vizinhança e a violência urbana, por exemplo, vão influenciar a saúde assim como as doenças que ele tem", comenta. A pesquisa foi realizada em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Instituto Oswaldo Cruz.

Participaram do estudo de Fabiane 1.611 idosos moradores de Belo Horizonte e quase 70% deles se declararam sedentários. A explicação não é a falta de vontade. Em cada 10 pessoas com mais de 60 anos entrevistada na pesquisa, oito contaram deixar de sair de casa por medo de assaltos. A metade também afirmou ter medo de cair nas calçadas.

"Precisamos pensar a saúde de forma mais abrangente. A assistência é importante para garantir saúde, mas a arquitetura e o planejamento urbano também. Os comportamentos do indivíduo podem ser moldados pelo lugar onde ele está", pondera a fisioterapeuta. Ela conta que a situação das calçadas chamou a atenção no estudo. O idoso que se preocupa com isso tem três vezes menos chance de ser independente do que quem sai de casa sem esse medo.

A infraestrutura, segundo as respostas dos idosos, explica 17% da independência de vida que têm. Fabiane utilizou os dados do Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU) de Belo Horizonte, e observou que os idosos que moram em lugares com maior infraestrutura são quatro vezes mais independentes que os demais.

Outro problema comum nas grandes cidades e que influencia diretamente a qualidade de vida dos idosos é a violência. Quase 80% dos entrevistados admitiram não sair de casa por medo de assaltos.

"O poder público deve providenciar infraestrutura e serviços que viabilizem a vida social dos mais velhos. Essas pessoas precisam se sentir à vontade para sair às ruas e utilizar os equipamentos disponíveis", diz.





Fonte: Do IG

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