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Nacional
Sábado - 07 de Janeiro de 2012 às 09:04

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Luiz Guarnieri/Agência Estado

Responsável pela investigação do acidente de trânsito que resultou na morte de uma mulher grávida de sete meses e do bebê que ela gestava, na madrugada de 1° de janeiro, na Zona Sul de São Paulo, o delegado Airton Sante Amore, do 16º Distrito Policial, afirmou nesta sexta-feira (6) que pode ter havido falha nos procedimentos iniciais da apuração do acidente.

As primeiras equipes que chegaram ao local do acidente não colheram exames para identificar se Anderson Rodrigues, marido da vítima, teria ou não consumido bebida alcoolica. Ele dirigia o automóvel que se chocou com o carro de Carlos Alberto Aparecido Dias Fiore, autuado em flagrante por duplo homicídio doloso.

Ficou uma falha de prova [ao não verificar a ingestão de álcool por parte de Landerson Rodrigues]. Mas não tinha outro jeito. Era 1h30 da madrugada e o delegado trabalhou com todos os elementos que ele tinha no momento", disse Sante Amore.

Para ele, os elementos encontrados pela polícia, levaram os investigadores a formarem um quadro que, posteriormente, verificou-se contraditório.

"Acreditava-se que quem dirigia o carro era a vítima e não Rodrigues. Depois, com a quantidade de latas de cerveja que encontramos no carro de [Carlos Alberto Aparecido Dias] Fiore assustou. A cena foi muito chocante."

Ele afirma que se soubesse que o marido da vítima estava na direção e que ultrapassou o sinal vermelho, a história poderia ser diferente. "Se soubessemos que Rodrigues estava ao volante, poderia ter mudado o rumo da história", afirmou.

Para concluir o inquérito, a polícia procura ouvir os agentes de saúde que antenderam Rodrigues, desde a ambulância até o Hospital São Paulo, para onde ele foi encaminhado. A ideia é colher depoimentos e tentar identificar se alguém notou sinais de ingestão de álcool em Rodrigues.

Livre
Suspeito de provocar a morte da mulher grávida e do bebê Fiore deixou o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros por volta das 14h30 desta sexta-feira (6), de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Segundo a SAP, foi cumprido o alvará do Tribunal de Justiça de São Paulo determinando que o preso fosse colocado em liberdade provisória. Fiore estava preso indiciado pelos crimes de embriaguez ao volante, trafegar em velocidade incompatível, homicídio doloso e lesões corporais.

A defesa de Anderson Rodrigues, marido da comerciante Lilian Maria dos Santos, morta no acidente, admitiu na manhã desta sexta que ele ultrapassou o sinal vermelho. Rodrigues foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). Imagens registradas por câmeras na região da colisão, na Zona Sul de São Paulo, mostram que ele ultrapassou o sinal vermelho, segundo o advogado Marco Antônio Arantes de Paiva. Lilian estava grávida de 7 meses - o bebê também morreu após nascer prematuramente.

O delegado responsável pelas investigações disse nesta semana que as responsabilidades de Fiore no acidente não mudam apesar de o carro onde estava grávida ter passado no sinal vermelho.

De acordo com o advogado da família das vítimas, apesar de as imagens mostrarem que o semáforo não estava aberto, Rodrigues mantém a versão dada anteriormente - para ele, o sinal estava verde. Por isso, o indiciamento não foi visto como surpresa. "Absolutamente normal, diante do conjunto de documentos e até do laudo, que mostra de forma insofismável que ele se enganou quando disse que o sinal estava verde na pista em que ele estava", afirmou Paiva.





Fonte: Do G1

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