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Há lugares em Cuiabá onde o consumo e a venda de entorpecentes ocorrem a céu aberto
As cracolândias de Cuiabá
GERALDO TAVARES/DC
Uma das “cracolândias” cuiabanas: “eles não mexem com ninguém, só ficam aí, se destruindo”
Ao contrário de São Paulo, onde a “cracolândia” está sendo alvo de uma ação policial que pretende retirar das ruas os dependentes químicos, em algumas localidades de Cuiabá o consumo e a venda de entorpecentes ocorrem a céu aberto, 24 horas por dia, sem ser alvo de uma ação mais efetiva da polícia.
O bairro Alvorada (mais precisamente a Rua Tereza Lobo e adjacências), a região do Porto, o Jardim Leblon e a Avenida Miguel Sutil na altura do bairro Pedregal, são as grandes feridas abertas na Capital.
Em uma visita à Rua Tereza Lobo na tarde de ontem, a reportagem do Diário pôde constatar que mais de 30 pessoas faziam uso de drogas nas ruas próximas à rodoviária, em plena luz do dia. Sem nenhum constrangimento homens e mulheres caminhavam maltrapilhos, sujos e carregando seus cachimbos e latas.
Logo que chegamos, um carro da Polícia Militar se aproximou e permaneceu observando a movimentação por alguns minutos. Nada aconteceu. Os usuários continuaram consumindo os entorpecentes como se nada tivesse ocorrido. Os dois militares disseram que pouco podem fazer, já que a maioria dos usuários não tem para onde ir e, caso fossem presos, sairiam no mesmo dia.
Um rapaz que freqüenta o lugar, meio desconfiado, aceitou nos contar como é viver à margem da lei e de como é o dia-a-dia ali. Ele disse que mora no mesmo bairro e costuma ir em casa uma vez por dia para tomar banho e se trocar, mas que passa a maior parte do dia na rua vendendo e usando drogas. Disse que é casado e pai de uma menina, mas que briga muito com a esposa e, por isso, permanecia o maior tempo possível fora de casa.
Ele explica que o local é muito frequentado por consumidores de entorpecentes e viajantes. “Chegam de viagem na fissura e correm pra cá direto”, disse o jovem. O mais impressionante é que ele tem uma linguagem correta, parece ter estudo, mas não apresenta qualquer vontade de ter um emprego e sair daquela vida.
Perto dali havia um grupo de cinco pessoas dormindo na calçada. Logo mais à frente outro grupo, usando pasta-base de cocaína e, nesse ambiente, o rapaz explicava à reportagem que a maioria dos freqüentadores não consegue ficar um só dia sem usar drogas.
Ele disse que a dependência química é mais forte que qualquer coisa e tem um alto poder de destruição. Mesmo tendo plena consciência das condições subumanas em que vive, já que o lugar está extremamente sujo e fétido, ele confessa que trafica para usar droga e que esse ciclo não se quebra tão fácil.
Tentamos conversar com alguns comerciantes, mas grande parte tem medo de se expor e acabar sendo vítima de assaltos e roubos. Mas numa conversa informal um homem que tem trabalha na região há cerca de 15 anos nos contou como convive com os “vizinhos”.
Ele explicou que a movimentação é frenética o dia todo e que, por incrível que pareça, sua convivência com os dependentes químicos pode ser considerada tranquila.
Segundo ele, a receita é não ficar muito tempo olhando para eles. “Não mexem com ninguém, só ficam aí o tempo todo, se destruindo. Às vezes roubam, mas só os estranhos, de passagem. Nós que ficamos aqui até que somos poupados”, disse o comerciante.
Mas não foi sempre assim. Como medida de segurança, o homem revela que precisou mudar a frente do seu estabelecimento, já que a fachada dava para uma rua onde a concentração é maior. Com a medida, nunca mais teve a porta arrombada durante as madrugadas. Ele diz que os usuários de drogas que povoam as imediações de seu comércio dificilmente assaltam, só agem furtivamente.
O bairro Alvorada (mais precisamente a Rua Tereza Lobo e adjacências), a região do Porto, o Jardim Leblon e a Avenida Miguel Sutil na altura do bairro Pedregal, são as grandes feridas abertas na Capital.
Em uma visita à Rua Tereza Lobo na tarde de ontem, a reportagem do Diário pôde constatar que mais de 30 pessoas faziam uso de drogas nas ruas próximas à rodoviária, em plena luz do dia. Sem nenhum constrangimento homens e mulheres caminhavam maltrapilhos, sujos e carregando seus cachimbos e latas.
Logo que chegamos, um carro da Polícia Militar se aproximou e permaneceu observando a movimentação por alguns minutos. Nada aconteceu. Os usuários continuaram consumindo os entorpecentes como se nada tivesse ocorrido. Os dois militares disseram que pouco podem fazer, já que a maioria dos usuários não tem para onde ir e, caso fossem presos, sairiam no mesmo dia.
Um rapaz que freqüenta o lugar, meio desconfiado, aceitou nos contar como é viver à margem da lei e de como é o dia-a-dia ali. Ele disse que mora no mesmo bairro e costuma ir em casa uma vez por dia para tomar banho e se trocar, mas que passa a maior parte do dia na rua vendendo e usando drogas. Disse que é casado e pai de uma menina, mas que briga muito com a esposa e, por isso, permanecia o maior tempo possível fora de casa.
Ele explica que o local é muito frequentado por consumidores de entorpecentes e viajantes. “Chegam de viagem na fissura e correm pra cá direto”, disse o jovem. O mais impressionante é que ele tem uma linguagem correta, parece ter estudo, mas não apresenta qualquer vontade de ter um emprego e sair daquela vida.
Perto dali havia um grupo de cinco pessoas dormindo na calçada. Logo mais à frente outro grupo, usando pasta-base de cocaína e, nesse ambiente, o rapaz explicava à reportagem que a maioria dos freqüentadores não consegue ficar um só dia sem usar drogas.
Ele disse que a dependência química é mais forte que qualquer coisa e tem um alto poder de destruição. Mesmo tendo plena consciência das condições subumanas em que vive, já que o lugar está extremamente sujo e fétido, ele confessa que trafica para usar droga e que esse ciclo não se quebra tão fácil.
Tentamos conversar com alguns comerciantes, mas grande parte tem medo de se expor e acabar sendo vítima de assaltos e roubos. Mas numa conversa informal um homem que tem trabalha na região há cerca de 15 anos nos contou como convive com os “vizinhos”.
Ele explicou que a movimentação é frenética o dia todo e que, por incrível que pareça, sua convivência com os dependentes químicos pode ser considerada tranquila.
Segundo ele, a receita é não ficar muito tempo olhando para eles. “Não mexem com ninguém, só ficam aí o tempo todo, se destruindo. Às vezes roubam, mas só os estranhos, de passagem. Nós que ficamos aqui até que somos poupados”, disse o comerciante.
Mas não foi sempre assim. Como medida de segurança, o homem revela que precisou mudar a frente do seu estabelecimento, já que a fachada dava para uma rua onde a concentração é maior. Com a medida, nunca mais teve a porta arrombada durante as madrugadas. Ele diz que os usuários de drogas que povoam as imediações de seu comércio dificilmente assaltam, só agem furtivamente.
Fonte:
Do DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/62714/visualizar/
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