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Nacional
Sexta - 06 de Janeiro de 2012 às 23:46

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Os contratos de juros futuros registraram forte ajuste de baixa na sessão desta sexta-feira (6), seguindo a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2011, que ficou exatamente em 6,50%, teto da meta oficial de inflação.

Com isso, o Banco Central está dispensado de escrever carta ao Ministério da Fazenda. De fato, o BC "comemorou" o fato de ter cumprido a meta pelo oitavo ano consecutivo. "A inflação ao consumidor medida pelo IPCA, em linha com o cenário antecipado pelo Banco Central, está em trajetória de queda e encerrou 2011 em 6,5%, após alcançar 7,3% no terceiro trimestre", disse o presidente da autoridade monetária Alexandre Tombini por meio de nota.

Segundo o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, um IPCA de 6,5% não é algo a se "comemorar", afinal de contas é a maior inflação dos últimos sete anos. Mas o cumprimento da meta justifica tal comportamento dos contratos futuros de juros. Com a movimentação de hoje, a hipótese de um segundo corte de meio ponto na Selic volta à pauta, depois de ter perdido força nos últimos dias.

O desenho da curva sugere juro básico de 10%. Ainda assim, diz Petrassi, os "fantasmas" não desapareceram. Além da preocupação com a trajetória futura dos preços, notadamente da inflação de serviços, que continua rodando a 9% ao ano, há receio com a capacidade de o governo entregar o superavit primário, seja por queda na arrecadação, seja pela necessidade de ampliar gastos em ano eleitoral.

Olhando o IPCA de dezembro, que ficou em 0,50%, abaixo das previsões de 0,55%, chama atenção a aceleração do grupo alimentação, que saiu de 1,03% para 1,23%. Mas essa alta foi compensada pela queda de 0,87% do grupo artigos de residência, que conforme notou o Nomura Securities, capta os recentes incentivos fiscais dados aos artigos da linha branca.

"Não fosse esse corte no último minuto da tributação ao consumo, a inflação teria ultrapassado o teto da banda", nota o diretor-gerente e chefe de pesquisas para a América Latina do Nomura, Tony Volpon.

O especialista reforça sua visão de que o BC seguirá cortando a Selic até 9% ao ano. "Como acreditamos que o quadro externo continuará pressionado no decorrer do ano e que o crescimento no Brasil vai desapontar, esperamos que o BC continuará reduzindo os juros até a Selic chegar a um dígito", escreveu Volpon em nota.

Veja a variação dos principais contratos de juros futuros na BM&F, antes do ajuste final de posições: Até as 16h10, foram negociados 1.161.528 contratos, equivalentes a R$ 104,40 bilhões (US$ 56,59 bilhões), queda de 3,6% sobre o pregão anterior.

O vencimento janeiro de 2013 foi o mais negociado, com 438.203 contratos, equivalentes a R$ 39,88 bilhões (US$ 21,62 bilhões).





Fonte: DO VALOR

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