De acordo com o advogado, apesar de as imagens mostrarem que o semáforo não estava aberto, Rodrigues mantém a versão dada anteriormente – para ele, o sinal estava verde. Por isso, o indiciamento não foi visto como surpresa. “Absolutamente normal, diante do conjunto de documentos e até do laudo, que mostra de forma insofismável que ele se enganou quando disse que o sinal estava verde na pista em que ele estava”, afirmou Paiva.
“A gente nota que ele entra e cruza como se ele estivesse no verde, uma loucura. Ele manteve a primeira versão, que o farol estava verde. Nas imagens dá para ver que estava vermelho. Ele entrou realmente no vermelho – do outro lado estava amarelo ou ainda estava verde”. Segundo ele, isso apenas a perícia poderá afirmar.
De qualquer maneira, segundo o advogado, o motorista do outro carro envolvido no acidente, o representante comercial Carlos Alberto Aparecido Dias Fiore, estava em alta velocidade e embriagado.
“Se ele foi no amarelo, tentou aproveitar, é um ponto negativo. A velocidade com que ele bateu se vê claramente que era alta – outro ponto negativo. No exame clínico, ele está embriagado”, afirmou Paiva, que disse que nas imagens é possível ver que outro carro conseguiu desviar do veículo do casal antes do acidente. “Ele estava em uma velocidade baixa, porque ele tinha acabado de cruzar à esquerda, estava em primeira ou segunda [marcha] no máximo.”
Fiore foi preso e indiciado pelos crimes de embriaguez ao volante, trafegar em velocidade incompatível, homicídio doloso e lesões corporais. Nesta quarta-feira (4), a Justiça fixou uma fiança de R$ 20 mil. Até a manhã desta sexta o Tribunal de Justiça ainda não tinha confirmação do pagamento da fiança. O G1 não conseguiu falar com os advogados de Fiore.
O delegado responsável pelas investigações, Airton Sante Amore, do 16º Distrito Policial, disse nesta semana que as responsabilidades de Fiore no acidente não seriam alteradas mesmo que fosse comprovado que o carro onde estava grávida passou no sinal vermelho.
Reação
Segundo o advogado de Rodrigues, seu cliente reagiu mal ao indiciamento e ainda está muito abalado com o acidente. “Ele não quis nem ver a imagem. Ele disse ‘para mim eu estava no verde’. A gente nota que há um bloqueio realmente”, disse Paiva. “Ele se confundiu, com certeza. Ninguém ia fazer o que ele fez.”
O advogado disse que ainda não sabe por que motivo foi registrado no boletim de ocorrência que era Lilian que dirigia o carro, como foi relatado pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. “A forma como ele ficou parece que ele foi muito deslocado. Talvez ele estivesse tentando proteger a mulher. Por isso acharam que ela estava dirigindo, porque dá essa impressão”, afirmou.
“Vamos aguardar se o promotor oferece denúncia por homicídio culposo contra o Landerson e doloso contra o rapaz, e pode haver uma rejeição da denúncia. Pode haver o perdão judicial, porque o mal do acidente é muito maior a ele do que à sociedade, ele perdeu a mulher e filho. A princípio, faltaria interesse social."
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