Para o procurador-geral Marcelo Ferra, as possibilidades foram esgotadas em quatro frentes
Chefe do MPE não vê razão para investigar ex-governador
Favorável à homologação do arquivamento do inquérito civil por improbidade administrativa que investiga a possível participação do ex-governador Blairo Maggi no Escândalo dos Maquinários, o procurador-geral Marcelo Ferra afirmou, durante seu voto na reunião do Conselho Superior do Ministério Público Estadual, no dia 19 de dezembro, que se assusta com procuradores que dizem que o assunto deve ser aprofundado.
Conforme explicou Ferra, em um extenso voto oral, todas as possibilidades quanto ao envolvimento de Maggi, já foram amplamente investigadas, em quatro frentes.
“Houve quatro investigações paralelas, que resultaram em 44 volumes, divididas entre do Núcleo de Patrimônio, Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), da Auditoria Geral do Estado, e ainda na esfera criminal. Assusta-me quando ouço alguém dizer que as investigações deveriam ser aprofundadas. Como se as quatro frentes tivessem sido superficiais. Em minha concepção, todos os documentos e pessoas que poderiam ser ouvidas, constam nos autos”, justificou o procurador.
Para Ferra, a continuidade das investigações seria uma “comodidade”, com objetivo único de evitar críticas da sociedade ou imprensa, que, por vezes, desconhecem o conteúdo das investigações.
Além disso, um prazo maior para que se investigue a suposta participação de Blairo Maggi no “Escândalo dos Maquinários” geraria uma situação de tranquilidade, segundo o chefe do MPE.
“Pelo prazo maior possível, realmente, a continuidade geraria, inegavelmente, uma situação de tranquilidade. Já que, no futuro, ainda que resulte em eventual arquivamento, passará por certo despercebido e fora dos holofotes. A continuidade das investigações é a forma mais cômoda de não se decidir”, disse.
Ainda segundo Ferra, não é necessário que novas diligências sejam realizadas, como apontam procuradores favoráveis à continuidade das investigações, mas que, de forma alguma, o arquivamento significaria o encerramento do caso.
“Uma vez arquivado, se surgirem novos elementos na esfera penal, logicamente, isso é obvio, pode ser reaberto e a ação proposta”, explicou.
A provável reabertura das investigações é, inclusive, a justificativa dos procuradores Paulo Prado e Mauro Delfino César, que, no dia 19 de dezembro, adiantaram seus votos.
A homologação ou não do arquivamento do inquérito sobre Maggi voltará a ser analisada apenas em fevereiro, já que o procurador José de Medeiros fez pedido de vistas.
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