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Quinta - 05 de Janeiro de 2012 às 17:17
Por: LISLAINE DOS ANJOS

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Reprodução/MidiaNews
Cemat quer cancelar processo licitatório da Sanecap para garantir pagamento de dívida milionária
Cemat quer cancelar processo licitatório da Sanecap para garantir pagamento de dívida milionária

As Centrais Elétricas Mato-grossenses S/A (Rede Cemat) ainda têm esperança de conseguir impedir a conclusão da concessão à iniciativa privada dos serviços prestados, atualmente, pela Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).

Na semana passada, o departamento jurídico da Rede, encabeçado pelo gerente Raimar Bottega, deu entrada no Tribunal de Justiça com um pedido de reconsideração da decisão favorável à Prefeitura de Cuiabá, em caráter de liminar, concedida pelo desembargador Dirceu dos Santos.

No entanto, por não ser considerada "matéria urgente" pelo magistrado plantonista do Tribunal de Justiça, o pedido deverá ser apreciado apenas após o retorno dos trabalhos do Judiciário, na próxima semana.

A expectativa do departamento jurídico da Cemat é de que o pedido seja avaliado antes da emissão da ordem de serviço para que a nova empresa assuma o saneamento da Capital, o que deve ocorrer em meados de março próximo.

A assessoria da Cemat afirmou ao MidiaNews que, mesmo que seja apontada a vencedora do processo licitatório e a Justiça, depois disso, reconsidere a decisão que aprovou o prosseguimento das etapas do edital no dia 22 de dezembro de 2011, todo o certame poderá ser desfeito e o processo licitatório estará anulado.

Abertura dos envelopes

A liminar dada pelo desembargador Dirceu dos Santos autorizou o Palácio Alencastro a divulgar os nomes das empresas interessadas em assumir a gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da Capital, em dezembro passado.

A decisão derrubou o efeito da liminar conseguida pela Cemat na 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública, sob Paulo Márcio Soares de Carvalho – e que impedia a Prefeitura de realizar a abertura dos envelopes com as propostas técnicas das empresas concorrentes.

A tentativa de barrar a concessão, segundo Bottega, não se trata de uma posição contrária da empresa à privatização dos serviços da Sanecap, mas sim uma estratégia para defender o patrimônio da Cemat, uma vez que a dívida da companhia, em faturas não pagas de energia elétrica, nos últimos dez anos, já soma R$ 109,3 milhões.

Inadimplência

Essa não é a primeira vez que a Cemat tentou reaver o pagamento do passivo.

A empresa tentou barrar a concessão por meio do pedido de impugnação de edital, afirmando, entre outras falhas, que o edital montado pelo Município não respeitava o princípio da isonomia, no tocante aos credores, bem como não garantia à Cemat o recebimento do valor integral da dívida, o que gerou receio, por parte da concessionária de energia no Estado, que o pagamento seria “esquecido”.

No momento, a Sanecap é a empresa que mais deve à Cemat, mas outras empresas públicas também figuram na lista de inadimplentes da concessionária de energia.

Além da dívida de mais de R$ 100 milhões – que, após uma determinação judicial não cumprida pela Prefeitura (publicada em novembro de 2011), já gerou uma multa de R$ 9,7 milhões –, a Sanecap também possui faturas referentes ao consumo de energia elétrica dos meses do 1º semestre de 2011, que estão em atraso.

Quanto à multa, vale lembrar que, no final de novembro, o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública notificou a direção da Sanecap e o prefeito de Cuiabá para que pagassem, dentro de 15 dias, a dívida, que, até então, somava R$ 97 milhões.

O pagamento não foi feito e, com o descumprimento da ordem judicial, o Município e a Sanecap terão que arcar com multas mensais de 10% do valor total da dívida (pela qual a ação foi movida, em 2006), ou seja, R$ 9,7 milhões.

Cortes de energia

Pelo não pagamento das faturas de consumo dos meses de janeiro a agosto de 2011, a Sanecap chegou a sofrer cortes no fornecimento de energia elétrica em duas unidades administrativas, no dia 19 de dezembro de 2011, mas o serviço logo foi restabelecido por força de liminar conseguida pelo procurador do Município, Fernando Biral, junto ao Poder Judiciário.

Outro lado

O procurador-geral do Município, Fernando Biral, foi procurado pela reportagem do MidiaNews, para comentar sobre a possibilidade de aumento da dívida com o não cumprimento da notificação judicial, mas não atendeu e nem retornou as ligações feitas para seu celular.
 






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