Governo não repassa salário; Adauto fica sem serviço de limpeza
Sem receber salário há 3 meses e nem mesmo o 13°, os funcionários da limpeza do Hospital Adalto Botelho paralisaram 100% das atividades na manhã desta quinta (5). Terceirados pela empresa Exact Serviços de Higienização, os 28 trabalhadores da unidade alegam que esse atraso não ocorria há 9 anos. Cada higienizador recebe em média R$ 700 por mês.
Segundo a encarregada-geral da limpeza, Elizete Moura da Silva, os burburinhos nos corredores são de que o atraso seria proposital. “O que estão dizendo é que isso é pressão para transferir a gestão para Organizações Sociais de Saúde. Uma enfermeira me disse isso”, acusou.
Elizete ainda ponderou que não quer prejudicar a empresa para a qual trabalha e nem o hospital. Ela disse reivindicar apenas os seus direitos. “A responsabilidade é da secretaria de Saúde do Estado, prestamos serviços para eles. Meu patrão vai todo dia lá e eles ficam adiando o pagamento. Quero saber como foi a ceia do senhor Pedro Henry? Não passávamos por isso há 9 anos, ele assumiu a secretaria e começou”, disparou.
A encarregada informou ainda que, desde 19 de dezembro, os 30% de servidores exigidos por lei estavam trabalhando, mas, com a virada do ano e a permanência do débito, todos resolveram cruzar os braços. “Será que o Pedro Henry tem filho pendurado na barra da calça dele pedindo leite? Quero ver que pai de família que vive 3 meses sem salário”, atacou.
Os pagamentos estão atrasados desde setembro e, de acordo com a encarregada, desde que começou a paralisação, técnicos e enfermeiros estão ajudando na limpeza. “A coisa está feia aqui dentro e os pacientes não tem culpa, mas nós só queremos nossos direitos”, repetiu.
Henry deixou a secretaria em novembro para voltar à Câmara Federal e discutir emendas ao Orçamento Geral da União (OGU) para 2012. Desde então, contudo, mantém os “laços” com a pasta, para a qual deve retornar efetivamente ainda este mês.
Outro lado – De acordo com a assessoria da SES e da secretaria estadual de Fazenda (Sefaz), as duas pastas realizam uma “força tarefa” para resolver o problema, mas ainda não há uma data prevista para o pagamento.
Comentários