Tocantins e Pará encerraram o ano na segunda e terceira posições, respectivamente, com 6.648 focos e 6.547 focos. Em Mato Grosso, a redução em focos de calor pode estar associada às condições climáticas melhores e maior fiscalização no combate a incêndios. É o que aponta o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, Júlio Cesar Rodrigues, que integra o Centro Integrado de Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman).
“É um conjunto de fatores. As condições climáticas foram mais favoráveis e também houve um aumento na fiscalização. Houve ainda um aumento significativo na conscientização, a exemplo das campanhas e audiências públicas”, disse o tenente-coronel ao G1.
O Ciman, responsável por coordenar o emprego operacional de respostas aos incêndios florestais, é ativado anualmente durante o intervalo em que vigora no estado o período proibitivo de queimadas. Em 2011, a proibição compreendeu o período do dia 1º de julho a 15 de outubro. De acordo com o coordenador-adjunto do Ciman, apesar das ocorrências de 2011, somente perícias nas áreas atingidas podem apontar em quais circunstâncias o fogo iniciou.
Em 2011, três municípios encabeçaram a lista das cidades com maior número de focos de queimada: Cáceres, Poconé e Marcelândia, distantes 250 quilômetros, 104 km e 712 km de Cuiabá, respectivamente. De acordo com o Inpe, Cáceres contabilizou 892 focos, enquanto Poconé 619 e Marcelândia outros 608.
Combate conta com parceria de bombeiros, briga-
distas e parceiros (Foto: Divulgação / Assessoria)
Entre 2010 e 2011, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais constatou inversão na lista das cidades com maior número de focos. Em 2010, os 37.479 registros no estado estavam distribuídos principalmente entre os municípios de Cocalinho, a 765 quilômetros da capital, São Félix do Araguaia, 1.159 km e Paranatinga, a 411 km de Cuiabá, consecutivamente. À época, somente a primeira cidade havia contabilizado 1.458 casos de queimadas.
Para o coordenador-adjunto do Ciman, somente uma análise detalhada poderia explicar o que provocou a mudança no cenário. O maior prejuízo provocado pelo fogo, no entendimento do tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, está no dano provocado ao meio ambiente. “O prejuízo é ambiental, pois a natureza demora para se recompor. Há perda de biodiversidade, de fauna e flora, além de contribuir para aumento da área degradada, do efeito estufa a partir da emissão de carbono”, considerou.
O militar alerta para uma prática que ainda persiste, especialmente em áreas de assentamentos em Mato Grosso. “Temos o problema do uso de fogo para a limpeza das áreas, principalmente nos assentamentos. Isso prejudica o solo e é uma técnica prejudicial pois muitas vezes a queima controlada sai do controle do cidadão”, expressou.
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