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Nacional
Terça - 03 de Janeiro de 2012 às 18:26

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A capital do Ceará, Fortaleza, vive um dia de tensão após boatos de arrastões serem espalhados pelas redes sociais.

No áudio abaixo, a repórter da Folha Flávia Marreiro conta que o medo se espalhou pelas lojas, quiosques, barracas na praia e até restaurantes. Todos fecharam antes do meio-dia.

Desde o dia 29 de dezembro, policiais militares e os bombeiros estão em greve. Eles reivindicam reajuste salarial, jornada de trabalho de 40 horas semanais e mudança no sistema de promoções.

"A capacidade de multiplicação dos boatos ganha uma escala difícil de ser controlada", afirma Flávia. A jornalista ressalta que as mensagens divulgadas indicam os locais e horários onde ocorrerão os assaltos --"como se os bandidos fossem avisar os seus alvos", diz.

  Jarbas Oliveira/Folhapress  
Carros do RONDA, policiamento militar do Estado do Ceará, com pneus vazios, em Fortaleza
Carros do RONDA, policiamento militar do Estado do Ceará, com pneus vazios, em Fortaleza

JUSTIÇA

Uma liminar do Tribunal de Justiça do Ceará determinou a suspensão da greve dos policiais e bombeiros militares do Estado e seu retorno imediato ao trabalho.

A liminar foi expedida na segunda-feira (2). Na decisão, a desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda aceitou o argumento do Estado do Ceará de que os manifestantes não têm direito à greve, pois exercem funções consideradas essenciais à população, como prevê a Constituição Federal.

"Embora reconhecendo o direito dos militares em buscar a melhoria de suas condições de trabalho, não se pode perder de vista a supremacia do interesse público e a necessidade de se dar continuidade ao serviço essencial, assegurando o atendimento sem prejuízo à comunidade", escreveu.

A magistrada também determinou a reintegração de posse de veículos oficiais, quartéis e demais prédios ou instalações militares que estejam com os grevistas.

Em caso de descumprimento da decisão, ela fixou multa diária de R$ 15 mil para cada uma das associações e de R$ 500 para cada militar.

Ao pedir o retorno dos grevistas ao trabalho, o Estado sustentou que o movimento causa "evidente abalo à segurança pública" e disse ainda que os manifestantes retiveram ilegalmente veículos da PM, inviabilizando o acesso aos quartéis invadidos, e apropriaram-se indevidamente dos bens públicos.

Os militares afirmam que vão continuar a paralisação mesmo após a decisão judicial.






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