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Nacional
Terça - 03 de Janeiro de 2012 às 00:15
Por: SÉRGIO RANGEL

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Durante toda esta segunda-feira, 257 voos atrasaram (59%) e 60 (14%) foram cancelados entre os 438 programados para os dois aeroportos do Rio de Janeiro, segundo dados da Infraero (estatal que administra os aeroportos). A chuva fez com que o aeroporto Santos Dumont fechasse por três vezes ao longo do dia, o que causou reflexos nos voos e transtornos para os passageiros.

Por volta das 21h, passageiros protestavam aos berros nos balcões das companhias aéreas devido ao cancelamento e aos atrasos dos voos no Santos Dumont, na região central do Rio.

O último fechamento foi agora à noite, deixando o aeroporto sem operar por mais de 25 minutos. Durante a interrupção, os voos vindos da capital paulista foram desviados para o aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão, que também sofreu problema com o caos e o mau tempo.

No aeroporto de Santos Dumont, 96 (56,5%) voos sofreram atrasos e 54 (31,8) foram cancelamentos dos 170 programados para hoje.

No Galeão, 125 (55,5%) voos domésticos sofreram atrasos e dois (5,5%) foram cancelados dos 225 programados. Os voos internacionais, por sua vez, tiveram 36 (83,7%) voos atrasados e um cancelado (2,3)% dos 43 previstos.

Durante todo o dia, passageiros demoraram horas para viajar e lotaram os saguões.

A advogada mineira Juliana Carneiro ficou mais de 12 horas no aeroporto Santos Dumont e desistiu de viajar hoje à noite. Ela foi para a casa de um amigo e reclamou da falta de atenção dos funcionários da Trip. Ela embarcaria às 8h para Belo Horizonte, mas o voo foi remarcado, inicialmente, para as 17h e, depois, para 19h30. A advogado desistiu quando os funcionários falaram que deveria ter um voo para as 20h30 no aeroporto do Galeão, zona norte do Rio.

"Hoje foi um verdadeiro caos. Eles não têm culpa pela chuva, mas o que irrita é o descaso. Eles não me deram almoço e se negam a pagar um hotel alegando que um avião chegaria às 23h no aeroporto Tom Jobim, mas não me deram certeza de que o avião iria partir. Os funcionários da empresa devem estar preparados para administrar uma situação como essa e não ficar com a cara feia com o cliente.

O comerciante Luiz Facorague ficou mais de 12 horas no aeroporto Santos Dumont para voltar para São José dos Campos (SP). Seu voo estava marcado para a 8h. A empresa informou que ele embarcaria apenas as 23h45. "Não esperava que ia encarar essa roubada, mas não posso reclamar já que o avião não pode levantar por conta do mau tempo. Tenho que entender".

A advogada Fabiana Ignacchitti Facci, 25, voltava de Natal (RN) e tinha como destino o aeroporto de Guarulhos, mas foi prejudicada com a conexão que fez no aeroporto do Galeão. "O voo estava previsto para as 15h32 e quando começou a atrasar, a primeira desculpa que a companhia nos deu foi que o mau tempo e os reparos na nave atrasariam o voo", disse.

Ela contou que outros passageiros que tinham conexão que saia de Guarulhos com destino a Johanesburgo estavam exaltados sem saber quando conseguiriam embarcar. "Eles estavam desesperados com os atendentes, querendo saber o que eles poderiam fazer para resolver o problema, mas não houve solução."

Após mais de duas horas e meia de atraso, Fabiana conseguiu embarcar em um outro voo. Às 22h, quando conversou com a Folha, contou que ainda estava a caminho de casa, Ribeirão Preto. "Esse caos me atrasou completamente, estou exausta, tonta, meus irmãos passando mal e amanhã de manhã ainda vou trabalhar", disse.

CAOS

A chuva prejudicou as operações. Com o aeroporto cheio, muita gente esperava sem saber a que horas conseguiria decolar. Diversos pousos do Santos Dumont foram remanejados para o Galeão.

Entre os passageiros afetados pelos transtornos está o apresentador Zeca Camargo. "Aquilo é o caos: falta de informação, fila por todo lado e até a lanchonete da sala de embarque não tinha mais comida", disse o apresentador na tarde de hoje sobre as condições no Santos Dumont.

Segundo a reportagem Folha, que esteve no terminal, a única lanchonete do embarque tinha espera de aproximadamente meia hora. Enquanto isso, as longas filas de check-in começavam no desembarque do aeroporto.

Um grupo de 60 passageiros esperou mais de 8 horas para seguir viagem. O grupo saiu de Vitória e pousou para uma conexão no Santos Dumont por volta das 8h. Eles só conseguiram decolar para São Paulo --destino final-- por volta das 16h30, saindo do aeroporto do Galeão --para onde o voo foi transferido. Nas mais de 8 horas que aguardaram uma solução, os passageiros afirmaram que não tinham informações exatas sobre quando o problema seria solucionado.

"Às 11h20, informaram que o voo não chegaria no Santos Dumont, mas no Galeão, às 12h20. Corremos para lá, e, de novo, avisaram que sairia uma hora mais tarde", disse André Pontual, 25, publicitário, que aguardou o embarque com mais cerca de 60 pessoas.

Durante a espera, os passageiros disseram que o voo decolou sem o grupo e que, em seguida, mudou de número. "Deixaram a gente para trás, literalmente. O pessoal da Gol disse era para manter a estátisca de voos atrasados, simplesmente", diz Pontual.

Procurados pela Folha, a TAM disse que o voo foi cancelado devido ao mau tempo e que os passageiros foram reconduzidos a outros voos da companhia e de outras empresas. Em nota, a Gol informou que devido ao mau tempo, a companhia "programou voos reforços decolando do Galeão" e lamentou o transtorno causado aos passageiros.






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