Blairo faz autoanálise comedida mas aposta em sua PEC da polícia única
A despeito de uma autoavaliação comedida sobre seu primeiro mandato como senador, cuja tônica vai na linha do “na medida do possível”, o ex-governador Blairo Maggi (PR) aposta que 2012 será o ano em que se iniciará a discussão em esfera federal sobre a unificação das polícias nos Estados, proposta de emenda constitucional (PEC) apresentada por ele.
O republicano, que passou por uma semana de polêmica devido ao projeto de lei que veta ações eleitorais a políticos empossados, classificou seu desempenho em 2011 como “na medida”, considerando que nunca havia sido parlamentar antes e que ainda desconhece todos os meandros da política no Congresso.
Ele comentou que estranhou a dinâmica do Senado, onde a atuação do parlamentar tem um caráter muito menos decisivo.
“No Legislativo, você é só mais um elo da corrente. Mas, para mim, foi um ano de aprendizado, de adaptação a uma forma diferente de se fazer política. Pude conhecer o sistema e o necessário para desempenhar meu papel. Dentro do conhecimento que tive, acho que foi dentro do possível”, ponderou Maggi.
Embora faça uma avaliação comedida de sua atuação em geral, o senador novato crê que inseriu no âmbito federal discussões pertinentes por meio de projetos como a PEC da polícia única, que ele destaca entre os textos que levou ao Senado.
A PEC autoriza os Estados a unificarem as polícias civil e militar, o que inclusive era tema recorrente de Maggi na época em que atuou no Palácio Paiaguás.
A proposta altera os artigos 144 e 167 da Constituição, de modo a abrir espaço para que os Estados unifiquem as corporações. Essa junção teria como plataforma a criação de um piso salarial nacional (tema já discutido por conta da PEC 300), de um fundo específico de segurança pública e do Conselho Nacional de Segurança Pública para fiscalizar as ações dos órgãos responsáveis.
O texto é visto com preocupação pelo Exército brasileiro e enfrenta resistência das cúpulas das polícias, mas detém pó apoio de ala considerável dos estudiosos de segurança pública. “É um assunto em que, a partir de 2012, teremos que mergulhar”, prevê.
Governo
Já a respeito da gestão do governador Silval Barbosa (PMDB) este ano em Mato Grosso, Maggi evitou fazer qualquer tipo de avaliação por se dizer muito distanciado do poder Executivo.
No máximo, a avaliação de Maggi pinta um cenário econômico menos favorável que o de 2010 e pouco propício para atuação de Silval, que era seu vice no governo e que “herdou” a cadeira no Palácio.
“2011 foi um ano diferente. Não foi fácil economicamente tanto em repasses da União para Mato Grosso quanto do Estado para os municípios”.
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