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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 31 de Dezembro de 2011 às 18:52

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A oposição síria está pessimista sobre as chances de os monitores da Liga Árabe, que visitam atualmente o país, conseguirem interromper a repressão de nove meses lançada pelo presidente Bashar al-Assad sobre os protestos contra o seu governo, disseram ativistas neste sábado.

Há pouca fé na capacidade da pequena equipe de observadores de estados árabes de fazer cumprir a retirada das forças armadas das cidades mais agitadas da Síria e de abrir caminho para um diálogo pacífico que leve à mudança, disseram.

Alguns ativistas temem que o país possa mergulhar na guerra civil se a missão árabe falhar. Um líder da oposição no exílio previu que as Nações Unidas teriam que intervir.

"Nós não sabemos o que fazer. Mas sabemos que Assad e seu regime não nos darão o que queremos", disse o ativista Ziad, da oposição, em Douma, um subúrbio de Damasco que virou uma cidade em rebelião. "Então por que deveríamos esperar por eles para nos ajudar?"

"Assad quer que levantemos nossas armas e nos matemos uns aos outros e ele está nos empurrando nesta direção a cada dia. Nós queríamos que os monitores nos ajudassem a encontrar uma solução, mas isso não vai acontecer".

A missão da Liga Árabe está destinada ao fracasso, disse o chefe do Conselho Nacional Sírio Burhan Ghalioun, sediado em Paris.

"Se o regime fracassar em cumprir os compromissos acordados, não há outra solução a não ser ir até o Conselho de Segurança (da ONU) e eu acho que estamos indo em direção do Conselho de Segurança", disse ele à televisão Al Jazeera.

"Como você viu, o regime ainda está usando atiradores e usando Shabeeha (bandidos) e ainda está impedindo que as pessoas protestem em locais públicos", disse Ghalioun, que pressiona por uma intervenção externa maior apesar do fato de o Ocidente estar sendo contrariado por Rússia e China no Conselho nessa questão.

Apesar da presença dos monitores, que pareciam agir como um dissuasor ao exército em alguns locais, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos - uma rede de ativistas da oposição, sediada na Grã-Bretanha, que documenta a violência dando nomes e circunstâncias -, disse que 27 civis foram mortos pelas forças de segurança na sexta-feira.

O Observatório disse que cinco membros das forças de segurança foram mortos a tiros em um confronto na cidade de Homs, onde membros do Exército Livre Sírio, formado por desertores, estabeleceram zonas proibidas para proteger distritos da oposição.

Alguns sírios temem que a menos que Assad concorde com mudança pacífica, a violência contínua provoque uma guerra sectária entre a maioria de muçulmanos sunitas, que apoia a revolta, e minorias, incluindo a seita muçulmana alauíta de Assad, que não quer mudança do regime.

(Por Erika Solomon)





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