Fazendária desacelera diligências e retoma depoimentos só em janeiro
Com o recesso de fim de ano a Delegacia Fazendária deu uma desacelerada nas diligências referentes à Operação Cartas Marcadas que investiga a emissão irregular de cartas de créditos no Governo. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil (PJC), nesta semana os delegados estão se dedicando à análise da documentação apreendida durante as buscas feitas nas residências dos envolvidos no escândalo e só retomarão as oitivas no início de janeiro.
As investigações já levaram à prisão temporária de seis acusados de envolvimento no esquema, entre eles o concunhado do deputado Gilmar Fabris (DEM), o advogado Ocimar Carneiro de Campos, o ex-presidente do Sindicato dos Agentes de Administração Fazendária, João Picorelli, o ex-servidorda Prefeitura de Várzea Grande, Antônio Leite de Barros Neto, servidor fazendário Enildo Martins e o advogado Nelson Alessandro. Mas eles já voltaram à liberdade.
Conforme as investigações, uma das grandes beneficiárias de cartas de crédito foi a jornalista Anglisey Battini Volcov, esposa do deputado Gilmar Fabris (PSD), que teria lucrado R$ 48 milhões. Fabris, por sua vez, garante que o dinheiro "é suado". A polícia, no entanto, desconfia e convocou Anglisey para depor.
As cartas de crédito foram emitidas pelo Governo devido uma dívida com servidores fazendários, que pediam a equiparação salarial com outra categoria ligada à mesma secretaria. A luta chegou à Justiça e o Estado se viu na obrigação de emitir os documentos para conseguir quitar R$ 380 milhões em encargos trabalhistas.
As investigações apontam, contudo, que devido a supostas fraudes nos cálculos foram lançados R$ 636 milhões em cartas de crédito. A emissão irregular teria causado um rombo de R$ 253 milhões aos cofres públicos.
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