Os três policiais civis do Paraná presos pela morte de um policial militar gaúcho, na semana passada, devem chegar nesta segunda-feira ao Rio Grande do Sul. Segundo o delegado Paulo Grillo, titular da Delegacia de Feitos Especiais da Corregedoria da Polícia Civil, o depoimento do trio está previsto para terça-feira.
A Polícia Civil do Paraná confirmou, nesta tarde, que os três agentes estavam a caminho do Rio Grande do Sul. Segundo o delegado Grillo, a reconstituição do crime deve acontecer apenas na próxima semana, já que a polícia aguarda a realização de algumas perícias.
Na madrugada da última quarta-feira, o sargento Ariel da Silva foi morto a tiros por policiais civis paranaenses em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. Os agentes do grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) estavam na cidade para apurar o sequestro de dois empresários. Por volta de 1h, Silva, que não estava de serviço e pilotava uma moto nas proximidades de sua casa, se aproximou do carro dos agentes e foi baleado em uma troca de tiros. A investigação deve apontar quem atirou primeiro.
As autoridades gaúchas não haviam sido avisadas da presença dos agentes paranaenses, o que irritou o governador Tarso Genro (PT), que classificou a ação de "irresponsável e ilegal". A polícia do Paraná alegou que os colegas seriam informados da investigação pela manhã. Após a morte do PM, a Justiça gaúcha decretou a prisão temporária do trio. Eles retornaram a Curitiba e foram presos na Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
Outra equipe do Grupo Tigre foi, então, encaminhada ao Estado para prosseguir as investigações. Na tarde de quarta-feira, a polícia encontrou o cativeiro dos empresários e houve tiroteio, no qual o refém Lírio Darcy Persch, 50 anos, foi morto. Três suspeitos foram presos. Em nota, divulgada no mesmo dia, a polícia do Paraná afirmou que não participou diretamente do desfecho do sequestro, "uma vez que apenas as forças gaúchas de segurança foram autorizadas a participar da ação".
Os inquéritos da morte do PM e da extorsão mediante sequestro que resultou na morte do empresário são conduzidos pelo delegado Grillo.
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