O governo argentino se mostrou neste domingo satisfeito com a detenção na Bolívia do ex-militar Luis Enrique Baraldini, acusado de ter integrado a repressão coordenada na América do Sul durante os anos 70 e de ter participado de um suposto plano para atentar contra o presidente boliviano, Evo Morales.
Baraldini, foragido da justiça argentina desde 2003, foi detido nesse sábado na cidade boliviana de Santa Cruz e este domingo foi levado a um posto fronteiriço, na região sulina de Tarija, onde foi entregue a autoridades argentinas a fim de ser julgado pelos delitos que é acusado.
"É um oficial muito procurado, foragido há muito tempo, e além de extrema ferocidade nos anos do terrorismo de Estado, e que também evidenciou periculosidade até há muito pouco, quando na Bolívia participou de uma tentativa de magnicídio contra o presidente Evo Morales", afirmou a ministra argentina de Segurança, Nilda Garré, à imprensa.
A funcionária se referiu assim ao suposto bando desarticulado em 2009 em Santa Cruz que, segundo denunciou o governo boliviano naquele momento, preparava um atentado contra Morales.
"Trata-se dos relatos de testemunhas que o definem como um homem de extrema ferocidade, que torturava pessoalmente, participava das sessões de tortura e torturava" durante a última ditadura militar argentina (1976-1983), acrescentou Nilda.
Baraldini, 73 anos, participou "ativamente" no Plano Condor, tal como se conhece as ações repressivas efetuadas conjuntamente pelos regimes militares do Cone Sul há 30 anos, acrescentou a ministra.
O ex-militar, que trabalhava na província argentina de El Pampa durante a ditadura e foi depois adido militar na Bolívia, contou com a ajuda de familiares para se manter foragido da justiça argentina, disse Nilda.
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