Plano de Aécio Neves é abortado pela direção nacional
PSDB de São Paulo nega tese de aliança com PMDB
O comando do PSDB de São Paulo reagiu ontem à articulação deflagrada pelo DEM e pelo senador Aécio Neves em prol da candidatura do deputado Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo, no ano que vem.
Pressionada por pré-candidatos e pela ala contrária ao peemedebista no partido, a cúpula tucana disse que uma aliança envolvendo PSDB, PMDB e DEM para a sucessão de Gilberto Kassab na capital "não tem chance".
Ontem a Folha mostrou que o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), propôs a Aécio uma coligação entre os três partidos, com Chalita na cabeça de chapa e o PSDB na vice.
Aécio mostrou-se sensível à ideia e passou a incentivar a aproximação de seus aliados com Chalita. Também prometeu conversar sobre o assunto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
"Estamos construindo uma aliança forte, procurando o DEM inclusive, mas sem chance de ser com o PMDB", disse o presidente do PSDB paulistano, Julio Semeghini.
Segundo ele, a sigla não trabalha com a possibilidade de ser vice. "Aécio precisa vir mais a São Paulo. Temos quatro pré-candidatos e prévias no ano que vem."
Em entrevista ontem, em Belo Horizonte, Aécio tentou minimizar a repercussão da articulação. Disse que havia "especulações" sobre a aliança com o PMDB.
"O fato é que devemos trabalhar para fortalecer o PSDB e a candidatura do PSDB trazendo o maior número de aliados possível. Mas quem vai conduzir isso é o PSDB de São Pauloº" disse. "Ficamos apenas na torcida."
A aliança pregada pelo DEM é um contraponto à proposta ao PSDB por Kassab e o ex-governador José Serra.
Ambos defendem que o partido abra mão de uma candidatura para apoiar o vice-governador Guilherme Afif, candidato do PSD de Kassab.
Aliado de Serra, o senador Aloysio Nunes (SP) rechaçou a aliança com o PMDB. "Não há sentido. É casamento de cachorro com jacaré", disse.
Três dos quatro pré-candidatos reagiram. Os secretários José Aníbal (Energia) e Andrea Matarazzo (Cultura) enfatizaram que as costuras serão feitas por Alckmin.
Já o deputado Ricardo Trípoli disse que Aécio fala da sucessão paulistana pensando em 2014, quando pretende se candidatar à Presidência. Ele também alfinetou o governador, que é amigo pessoal de Chalita.
Segundo ele, Aécio "colocou a mão em São Paulo" porque "Geraldo e Chalita se falam mais do que deveriam".
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