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Internacional
Domingo - 25 de Dezembro de 2011 às 04:13

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Os dois principais partidos islâmicos do Egito obtiveram cerca de dois terços dos votos para as listas eleitorais no segundo turno da eleição para um Parlamento que vai elaborar uma nova Constituição, depois de décadas de governo autocrático, anunciou a comissão eleitoral no sábado, 24.
 

A votação foi liderada pelo Partido da Justiça e Igualdade (PJI), da Irmandade Muçulmana, que obteve 36,3% dos votos, enquanto o partido ultraconservador Salafi al-Nour obteve 28,8%, empurrando o partido liberal Wafd para o terceiro lugar.

A votação, que durou mais de seis semanas, é a primeira eleição livre que o Egito realiza após o governo de 30 anos do presidente Hosni Mubarak, que constantemente manipulava as eleições, antes de ser derrubado por um levante popular, em fevereiro.

O Ocidente sempre esperava que Mubarak e outros ditadores da região ajudassem a combater militantes islâmicos, e tem observado com cautela como os partidos islâmicos lideraram votações na Tunísia, Marrocos e agora no Egito.

O trabalho principal do Parlamento será nomear uma assembleia de cem representantes para redigir uma nova Constituição que irá definir os poderes do presidente e a influência do Parlamento no novo Egito.

Os resultados do segundo turno para as listas eleitorais deu ao liberal Partido Wafd 9,6% dos votos. O Bloco Egípcio de partidos liberais e de esquerda ficou com 7% dos votos.Analistas dizem que a má coordenação entre os grupos não-islâmicos dividiu o voto liberal, entregando a maioria para um islamista por falta de opção do eleitor.

 

A eleição, que começou em 28 de novembro e termina em 11 de janeiro, foi marcada por confrontos no Cairo entre a polícia e manifestantes, que exigiam o fim imediato do regime militar. Pelo menos 17 pessoas foram mortas nos protestos, nos quais soldados agrediram mulheres e homens, mesmo quando eles estavam caidos no chão.

O conselho militar que governa o país interinamente alimentou suspeitas de que queria permanecer no poder, mesmo depois que um novo presidente fosse eleito, quando o seu gabinete, no mês passado, propôs a inserção de artigos na nova Constituição que protegeriam os militares do escrutínio civil.

(Por Sherine El Madany)





Fonte: Reuters

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