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Internacional
Sábado - 24 de Dezembro de 2011 às 11:12

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Milhares de sírios foram às ruas de Damasco prestar homenagem às 44 pessoas mortas no duplo ataque com carro-bomba que atingiu dois prédios do governo na capital nesta sexta-feira. Em luto, a multidão carregava imagens das vítimas e bandeiras da Síria.

O governo acusou os manifestantes que tentam derrubar o regime de Bashar al Assad e a rede terrorista Al Qaeda pela ação. Foram os primeiras ataques suicidas desde o início da revolta popular contra o ditador, que tem sido um movimento pacífico.

  Reuters  
Manifestantes vão às ruas em ato contra Assad; milhares comparecem a funeral de vítimas
Manifestantes vão às ruas em ato contra Assad; milhares comparecem a funeral de vítimas

As explosões ocorreram durante a visita de uma delegação da Liga Árabe ao país, que visava checar a situação da violência. Segundo testemunhas, um carro tentou forçar a entrada na sede de segurança de Estado, enquanto outro se explodiu contra a sede da inteligência.

Além disso, foram escutados disparos na região, em uma nova onda de violência na Síria, que ocorre no dia seguinte à chegada da primeira delegação de observadores da Liga Árabe para comprovar o fim da violência no país.

Mais de 200 pessoas morreram na Síria em apenas dois dias, incluindo as 44 vítimas.De acordo com a ONU, mais de 5.000 já morreram desde março, quando as manifestações tiveram início e o governo reagiu destacando tanques e soldados para reprimir o movimento em todo o país.

O Conselho de Segurança da ONU condenou fortemente o duplo e mandou suas condolências para as vítimas e seus familiares --ignorando o regime em seu comunicado, como de prática.

"O terrorismo em todas as suas formas e manifestações constitui uma das ameaças mais graves contra a paz e a segurança internacionais", afirmou a nota. "Todos os Estados devem garantir que as medidas que tomam para combater o terrorismo cumpram com suas obrigações em relação ao direito internacional e direitos humanos".

LIGA ÁRABE

Uma equipe da Liga Árabe chegou na quinta-feira à Síria para preparar o envio de monitores que irão avaliar se o governo local está cumprindo um plano de paz definido no mês passado. O plano prevê a retirada das Forças Armadas das ruas, a libertação de presos políticos e um diálogo com a oposição.

O regime havia assinado um dia no Cairo o acordo da Liga Árabe que prevê a entrada de observadores internacionais na Síria, como parte do esforço internacional para pôr fim à repressão aos protestos populares que, desde meados de março, pedem a saída de Assad do poder.

O CNS acusa o regime de ter transferido "milhares de presos a guarnições militares fortificadas" onde os observadores da Liga Árabe não têm acesso. Segundo o conselho, o objetivo das autoridades é esconder dos observadores "qualquer rastro que provem os assassinatos, os atos de tortura e as valas comuns".

  Reuters  
Delegação com observadores da Liga Árabe visitam local em que um carro-bomba explodiu em Damasco
Delegação com observadores da Liga Árabe visitam local em que um carro-bomba explodiu em Damasco

As emendas exigidas pela Síria, e aprovadas pela organização pan-árabe, ao protocolo que enquadra a missão de observadores estipulam que estes últimos estão autorizados a visitar os centros de detenção, os hospitais, as delegacias, mas não as guarnições militares por razões de "soberania nacional".

REPRESSÃO

No início da semana, Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que condena os direitos humanos na Síria, onde a repressão do regime a protestos populares deixaram mais de 5.000 mortos, segundo estimativas da própria ONU.

Apesar da estimativa, o regime se defende dizendo que está combatendo grupos armados terroristas apoiados por interesses estrangeiros. Segundo as autoridades sírias, cerca de 2.000 membros das forças de segurança já morreram nas ações contra o terrorismo no país.

Com o mesmo argumento, Assad promulgou na terça-feira (20) uma lei que estabelece pena de morte para quem distribuir ou contribuir na distribuição de armamentos para grupos que "planejam cometer atos terroristas", em sinal de que o regime, apesar das promessas, continua suas ações repressivas contra a população.

Segundo a agência estatal de notícias Sana, a lei prevê ainda punição perpétua de trabalho forçado para quem contrabandear armas com o objetivo de traficá-las para quem quer cometer "atos terroristas".

  16.dez.11/Reuters  
Imagem do dia 16 de dezembro mostra protesto de opositores realizado na região de Homs
Imagem do dia 16 de dezembro mostra protesto de opositores realizado na região de Homs





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