Espetáculo Quebra-Nozes simboliza o Natal nos EUA
"Quando o Quebra-Nozes entra em cena, sabe-se que é Natal!": assim como Barbara, milhares de americanos se apressam a cada ano para ver e rever o balé de Tchaikovsky, símbolo das festas de final de ano nos Estados Unidos, tanto quanto o "Santa Claus" --o Papai Noel-- ou a árvore enfeitada.
"É uma tradição. A apresentação do balé marca um momento bem preciso no tempo. Quando ouvimos falar do Quebra-Nozes, sabemos que o Natal chegou", disse "Barb" Wilbur, professora em Kennewick (Washington, oeste), que leva há sete anos os seus filhos ao espetáculo.
Adrian Dennis - 7.dez.07/France Presse | ||
Foto de arquivo mostra a encenação do Quebra-Nozes, que é representado em 751 espetáculos de 121 cidades |
Desde o final de novembro, nos Estados Unidos, "The Nutcracker" e seus personagens, principalmente os soldados de madeira estão em todos os lugares: nos teatros, na televisão, mas também nas vitrines das lojas como parte dos temas de Natal, em papéis de presente, xícaras, barras de chocolate, brinquedos de pelúcia, jogos ou livros.
Segundo um recenseamento do blog Culture Monster, do jornal "Los Angeles Times", o Quebra-Nozes é representado, atualmente, em 121 cidades americanas, num total de 751 espetáculos diferentes.
O entusiasmo começou após a criação, em 1954, da versão de George Balanchine, fundador do New York City Ballet, embora "The Nutcracker" tenha sido dançado pela primeira vez em 1944, em São Francisco.
No dia 13 de dezembro deste ano, 560 cinemas divulgaram diretamente a produção do City Ballet de Nova York, que foi reprisado, no dia seguinte, num canal de televisão.
VERSÃO MALICIOSA
Desde então, principalmente agora neste ano, surgiram versões em jazz em Las Vegas, no puro estilo Harlem, na Filadélfia, urbano na Virgínia, hip-hop no Vermont e até mesmo uma versão brejeira --"só para adultos"-- em Portland (Maine).
Sem contar as centenas de produções locais das escolas de dança, dos ateliês municipais ou das apresentações nas escolas do final de ano, para os quais o balé representa uma mina, tendo em vista o número de papéis a serem distribuídos às crianças.
Datada de 1892, a criação de Tchaikovsky conta como, na noite de Natal, a jovem Clara recebeu de presente um quebra-nozes em forma de soldado. À noite, os brinquedos adquiriram vida, lutando contra os ratos, enquanto o quebra-nozes se transformava em príncipe, levando a menina para o seu reino encantado.
O Metropolitan Ballet Theatre de Rockville (Maryland, leste) é uma dessas escolas de dança que prepara, todos os anos, no caso desde 1989, "The Nutcracker" com seus alunos.
Celina e Rafaela Gutierrez, 13 e 11 anos, dançam há seis.
A mais velha passou por todos os personagens: "Ela desempenhou papéis diferentes --um rato, um soldado, um anjo, uma chinesa, participou da dança árabe e, este ano, será a menina Clara", conta sua mãe, Nicole Gutierrez, que interpreta ela própria, há dois anos, o papel de um dos pais "para estar com minhas filhas".
"É mágico, é Natal, é um espetáculo que coincide muito bem com as festas e as meninas adoram o balé, conhecem todos os papéis", comenta.
Significa, também, um investimento seguro para as companhias de dança. Em numerosos casos, o balé, que atrai mais espectadores que outras peças, representa a metade de sua cifra de negócios anual, segundo o "The Wall Street Journal".
"É um momento particular, privilegiado com meus filhos", afirma Barb Wilbur, que faz disso um ritual: a cada ano, "eu lhes dou uma figura de soldado gravado com seus nomes e a data, e saboreamos um sorvete juntos", diz.
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