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Sexta - 23 de Dezembro de 2011 às 22:35
Por: EUZIANY TEODORO

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Em baixa, com a imagem desgastada e com um dos resultados mais pífios dos últimos tempos, a Câmara Municipal de Cuiabá empurrou com a barriga, na maior parte do tempo, as discussões mais importantes e de interesse coletivo, adiando para 2012 as principais decisões em Plenário.

O presidente da Casa, Júlio Pinheiro (PTB), se destacou pelas manobras no sentido de defender os interesses do seu grupo político - no caso, o do prefeito Chico Galindo (PTB).

Temas como a dívida de R$ 109 milhões da Sanecap, só de energia elétrica, e um pedido de CPI para investigar o ex-presidente da Câmara, Deucimar Silva (PP), por improbidade administrativa, foram relegados a um plano secundário.

A desculpa de Pinheiro é de que não adiantaria tentar resolver "tudo de uma vez" e fazer um trabalho mal feito. "Eu recebi uma vasta documentação da Cemat explicando o porquê do aviso corte de energia da Sanecap, mas preciso estudar tudo, antes de decidir o que fazer", alegou.

No último dia 19, a Cemat, de fato cumpriu a promessa e cortou o fornecimento de energia à companhia de saneamento. O corte só não foi total porque a Prefeitura obteve uma liminar e o fornecimento de energia foi restabelecido.

Mas, a Câmara e o seu presidente não proferiram uma única palavra para, pelo menos, tentar ajudar a resolver o problema. Júlio Pinheiro optou por alegar que o prefeito Galindo é que teria que "resolver isso". "Eu quero é saber por que a Sanecap, que existe há dez anos, tem uma divida tão alta e, até hoje, não conseguiu quitá-la", completou.

Sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga Deucimar Silva, o atual presidente da Câmara pouco falou. O ex-presidente, como se recorda, foi condenado a devolver R$ 1,1 milhão aos cofres públicos, pelo Tribunal de Contas do Estado, que apontou superfaturamento em uma reforma feita na própria Câmara, na sua gestão, em 2010.

Sobre o superfaturamento, Deucimar garante não ter nenhuma participação, e acusou o secretário municipal de Habitação, João Emanuel Moreira Lima, de ter "errado os cálculos".

O próprio Deucimar requereu que o secretário fosse chamado a prestar esclarecimentos na Câmara. No entanto, nada aconteceu. Só no ano que vem.

Também ficou em segundo plano o pedido de anulação do reajuste da tarifa de ônibus, aprovado em dezembro, feito pelos vereadores da oposição Lúdio Cabral (PT) e Domingos Sávio (PMDB).

Como todos os outros parlamentares parecem apoiar o grupo político de Júlio Pinheiro e Chico Galindo, os dois foram os únicos a assinar o pedido.

Outros assuntos polemizaram a Câmara de Cuiabá em 2011. Casos como o do ex-vereador Ralf Leite (PRTB), cassado por quebra de decoro parlamentar. O processo em que pedia para voltar à Casa se arrastou por meses e, no final, foi arquivado em novembro.

Um dos assuntos que mais repercutiram na conhecida "Casa dos Horrores" foi a privatização da Sanecap. Em 14 de julho, funcionários da Companhia de Saneamento invadiram a tribuna da Câmara. Portas foram quebradas e os vereadores ficaram acuados. Ainda assim, a concessão dos serviços de água e esgoto foi aprovada, como pediu o prefeito Galindo.

No contexto geral, o Legislativo cuiabano, lamentavelmente, fez jus, em 2011, ao apelido de "Casa dos Horrores".






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