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A espanhola e professora de Espanhol em Cuiabá, Beatriz Javier, diz que seu filho foi seqüestrado pelo pai e está morando na Espanha
Navidad sin el hijo
Este Natal será o primeiro em que a espanhola e professora de Espanhol em Cuiabá, Beatriz Javier, de 36 anos, passará longe de seu filho, Rômulo, de 10 anos. Nas férias de junho, Beatriz permitiu que o filho fosse com a avó paterna conhecer a Espanha. Mas a viagem que não deveria durar nem um mês, para desespero da mãe não teve volta - e até hoje a criança permanece na Península Ibérica, possivelmente na cidade de Badajoz, na fronteira com Portugal. Provavelmente na casa de seu pai.
Rômulo nasceu em São Paulo e há oito anos, desde a separação dos pais, veio com a mãe para Cuiabá. Remo, o pai, voltou para a Espanha e, de acordo com Beatriz, nunca mais procurou o filho e tampouco se dispôs a pagar uma pensão. Apenas a avó paterna, Maria Eloya de Arriba, vinha visitá-lo de vez em quando – até que na última visita fez o convite da viagem que para Beatriz significou uma armadilha.
Beatriz permitiu que Rômulo fosse para a Espanha com a condição de que ele não ficasse na casa do pai, mas o que aconteceu foi justamente o contrário: por telefone a ex-sogra se limitou a dizer que não estava mais com o menino, que ele estava morando com o pai e não deu mais notícias.
Desesperada, Beatriz apelou para a Embaixada da Espanha em Brasília, que tentou, mas não conseguiu localizar o menino. Um mês depois é que a mãe de Beatriz, que mora na Espanha, conseguiu localizar Rômulo em Badajoz, a 341 quilômetros de Madri.
Beatriz viajou para lá em setembro, mas mal conseguiu ver o filho, pois para as autoridades espanholas ela não era a vítima de uma armação: ela era a pessoa que queria tirar o direito de um pai de cuidar de seu filho.
Não adiantou mostrar certidões brasileiras, não adiantou dizer que o pai não cumpriu o seu papel durante quase dez anos. Beatriz conseguiu então um advogado espanhol e apelou para as Autoridades Administrativas Centrais, que são as encarregadas de dar cumprimento às obrigações impostas pela Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, instituída em Haia em 29 de maio de 1993.
Uma audiência, então, foi marcada e o garoto de apenas 10 anos foi colocado diante de um juiz para dizer se queria voltar para o Brasil ou ficar na Espanha. Essa cena não sai da cabeça de Beatriz:
“O meu filho tem apenas 10 anos e mesmo assim ouviram o testemunho dele, que simplesmente - lembro-me como se fosse ontem - disse assim: ‘quiero quedarme aqui porque aqui estoy mejor’ [quero ficar aqui porque aqui estou melhor]”, conta Beatriz. “O juiz e o fiscal fizeram várias perguntas, mas o meu pequeno só repetia a mesma coisa: yo quiero quedarme porque aqui estoy mejor”.
As 12 horas de vôo de volta ao Brasil foram amargas para Beatriz. Mas ela não desistiu: entrou na Justiça que por fim decretou a busca e apreensão do menino. Uma Carta Rogatória, que é um instrumento jurídico que tem por objetivo a realização de atos e diligências processuais no exterior, já foi traduzida para o Espanhol e será enviada em breve para a Espanha.
Desde que voltou da Espanha, porém, Beatriz não conseguiu falar mais com o filho. E os trâmites burocráticos são sempre mais lentos do que um coração de mãe possa suportar sem agonia.
“Sei que é uma questão de tempo, eu acredito muito em Deus, tenho muita fé, e sei que meu pequeno vai voltar, mas embora já tenha feito tudo que tinha que fazer perante a Justiça, agora vejo os dias passarem, as semanas, os meses, e vejo cada dia meu filho mais distante da gente”.
Rômulo nasceu em São Paulo e há oito anos, desde a separação dos pais, veio com a mãe para Cuiabá. Remo, o pai, voltou para a Espanha e, de acordo com Beatriz, nunca mais procurou o filho e tampouco se dispôs a pagar uma pensão. Apenas a avó paterna, Maria Eloya de Arriba, vinha visitá-lo de vez em quando – até que na última visita fez o convite da viagem que para Beatriz significou uma armadilha.
Beatriz permitiu que Rômulo fosse para a Espanha com a condição de que ele não ficasse na casa do pai, mas o que aconteceu foi justamente o contrário: por telefone a ex-sogra se limitou a dizer que não estava mais com o menino, que ele estava morando com o pai e não deu mais notícias.
Desesperada, Beatriz apelou para a Embaixada da Espanha em Brasília, que tentou, mas não conseguiu localizar o menino. Um mês depois é que a mãe de Beatriz, que mora na Espanha, conseguiu localizar Rômulo em Badajoz, a 341 quilômetros de Madri.
Beatriz viajou para lá em setembro, mas mal conseguiu ver o filho, pois para as autoridades espanholas ela não era a vítima de uma armação: ela era a pessoa que queria tirar o direito de um pai de cuidar de seu filho.
Não adiantou mostrar certidões brasileiras, não adiantou dizer que o pai não cumpriu o seu papel durante quase dez anos. Beatriz conseguiu então um advogado espanhol e apelou para as Autoridades Administrativas Centrais, que são as encarregadas de dar cumprimento às obrigações impostas pela Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, instituída em Haia em 29 de maio de 1993.
Uma audiência, então, foi marcada e o garoto de apenas 10 anos foi colocado diante de um juiz para dizer se queria voltar para o Brasil ou ficar na Espanha. Essa cena não sai da cabeça de Beatriz:
“O meu filho tem apenas 10 anos e mesmo assim ouviram o testemunho dele, que simplesmente - lembro-me como se fosse ontem - disse assim: ‘quiero quedarme aqui porque aqui estoy mejor’ [quero ficar aqui porque aqui estou melhor]”, conta Beatriz. “O juiz e o fiscal fizeram várias perguntas, mas o meu pequeno só repetia a mesma coisa: yo quiero quedarme porque aqui estoy mejor”.
As 12 horas de vôo de volta ao Brasil foram amargas para Beatriz. Mas ela não desistiu: entrou na Justiça que por fim decretou a busca e apreensão do menino. Uma Carta Rogatória, que é um instrumento jurídico que tem por objetivo a realização de atos e diligências processuais no exterior, já foi traduzida para o Espanhol e será enviada em breve para a Espanha.
Desde que voltou da Espanha, porém, Beatriz não conseguiu falar mais com o filho. E os trâmites burocráticos são sempre mais lentos do que um coração de mãe possa suportar sem agonia.
“Sei que é uma questão de tempo, eu acredito muito em Deus, tenho muita fé, e sei que meu pequeno vai voltar, mas embora já tenha feito tudo que tinha que fazer perante a Justiça, agora vejo os dias passarem, as semanas, os meses, e vejo cada dia meu filho mais distante da gente”.
Fonte:
DO DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/64624/visualizar/
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