Governo do Reino Unido quer que bancos separem unidades de varejo
O governo do Reino Unido defendeu nesta segunda-feira, 19, amplas reformas no setor bancário, que vão exigir que os bancos separem, ou "protejam", as unidades de varejo de outras atividades de maior risco, para melhor defender os correntistas.
O secretário do Tesouro britânico, George Osborne, expressou apoio a um relatório da Comissão Independente Bancária, afirmando em um discurso no Parlamento que vai adotar ações imediatamente, separadamente criando a proteção às unidades de varejo.
Paralelamente o governo, que detém uma participação de 83% no Royal Bank of Scotland (RBS), disse que o banco será completamente reestruturado como um banco de varejo para seus clientes corporativos e individuais. Embora o banco de investimento continue dando suporte a esse negócio, esse não seria mais o foco do banco.
Osborne afirmou que o governo investiu quase 45,5 bilhões de libras esterlinas no RBS após a crise financeira de 2008. Com base nos preços atuais das ações do banco, esse investimento agora vale 27 bilhões de libras.
Mas o foco do discurso de Osborne foi mesmo a proteção das unidades de varejo dos bancos. "Eu posso confirmar à Câmara que as legislações primária e secundária relacionadas a essa proteção serão concluídas antes do fim dessa legislatura, em maior de 2015, e os bancos terão de cumprir essas normas o mais rápido possível após essa aprovação", comentou o secretário.
Esses bancos "protegidos" serão legalmente e operacionalmente independentes, englobando os depósitos e cheques especiais de indivíduos e pequenas e médias empresas. "Nosso objetivo é claro. Nós queremos separar bancos de varejo de bancos de investimento, para proteger a economia britânica, proteger os contribuintes britânicos e garantir que nenhuma instituição seja grande demais para quebrar. Em segundo lugar, nós vamos garantir que os bancos tenham proteções maiores, para que sejam mais capazes de lidar com perdas".
Os grandes bancos de varejo "protegidos" serão obrigados a terem uma taxa de capital próprio de pelo menos 10%. As regras vão se aplicar às operações dos bancos britânicos no Reino Unido. Também serão aplicadas às operações não britânicas de bancos com sede no Reino Unido, exceto quando os bancos puderem demonstrar que essas operações não geram riscos para os contribuintes britânicos.
O governo estima que o custo total dessas reformas para os bancos será de 3,5 bilhões a 8 bilhões de libras. "A Grã-Bretanha deve continuar sendo a sede de um dos maiores centros financeiros do mundo e a casa de bancos globais. Mas a força dessa indústria também é uma potencial fraqueza para a economia, se não propriamente regulamentada".
As informações são da Dow Jones.
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