Motim em cidade petrolífera foi planejado no exterior, diz Cazaquistão
O governo do Cazaquistão responsabilizou neste sábado "oponentes do governo" e "fugitivos da Justiça no exílio" pelos distúrbios em Zhanaozen (oeste do país) entre a polícia e os trabalhadores do setor petrolífero que acabaram com dez mortos.
Em um comunicado neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores cazaque divulgou que "os métodos utilizados nas ações eram características de provocações bem desenhadas".
Os confrontos ocorreram quando operários da companhia petrolífera Ozenmunaigas que reivindicavam melhorias trabalhistas entraram em confronto com a polícia durante as festas pelo 20º aniversário da declaração de independência do Cazaquistão da antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).
Após saber das revoltas, o Ministério do Interior cazaque enviou a Zhanaozen um grupo de forças especiais com veículos blindados. Na sexta-feira à noite, o organismo informou que a situação na cidade já estava sob controle.
Por sua vez, o departamento das Relações Exteriores negou os relatos disseminados pela internet de que havia dezenas de mortos e feridos pela Polícia, e lembrou que o mesmo foi desmentido pela Procuradoria-Geral.
Blogs russos citando testemunhas falavam em 70 mortos e mais de 500 feridos. Segundo esses relatos, centenas de trabalhadores teriam entrado em greve na indústria petrolífera cazaque em protesto pelo ocorrido em Zhanaozen.
O procurador-geral do Estado, Askhat Daulbayev, negou na sexta-feira essas informações e indicou que durante os choques foram incendiadas a sede do governo regional e vários hotéis e prédios administrativos de Ozenmunaigas, filial do consórcio estatal petroleiro KazMunaiGas.
Essa empresa lidera os trabalhos de extração de petróleo no oeste do Cazaquistão, onde estão situadas as reservas de petróleo cazaques da bacia do mar Cáspio, uma das maiores jazidas do mundo.
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