Trânsito é maior reclamação em bairros da capital
Para resolver a questão, a Associação dos Moradores do bairro já realizou um levantamento em que seriam necessárias 200 placas de "Pare", apenas para os cruzamentos. Um dos únicos da região que possui sinalização, após muita insistência dos moradores, é o das ruas Tangará e Minas Gerais. Apior via, na opinião da população do bairro, é a Alice Freire que é, inclusive, utilizada por ônibus. Sem saber qual é a preferencial, nos horários de pico o caos é inevitável. "É muito complicado. Já cansei de ver acidentes e atropelamentos aqui", atesta Fioravante Gonçalo Júnior, 36. Conta que o medo e tão grande que ele não deixa as filhas, de 6 e 3 anos, sequer chegarem perto da rua.
Outro problema que preocupa os moradores é a rede de esgoto. Por falta de terraplanagem adequada quando as ruas foram asfaltadas, o sistema de bocas de lobo não funciona. Em alguns pontos basta uma chuva fraca para que as esquinas se transformem em piscinas. Já em outros, como a esquina das ruas Alice Freire e Alô Brasil, a água parada é uma constante.
Morando em frente à esquina, Renato Bruno dos Santos, 59, destaca que não pode deixar a janela de casa aberta por 2 motivos, o péssimo odor e a chance de ver sua casa invadida por água quando os veículos passam pela via. Desviar da água é uma tarefa praticamente impossível para os pedestres. Morando há muitos anos no bairro, Santos conta que a situação é tão grave que uma criança já morreu após ser arrastada para o local em uma forte chuva. O desentupimento de uma manilha e a continuação da rede de escoamento resolveriam o problema. A associação estima em 5 o número de pontos que apresentam o mesmo problema.
O pedestre, aliás, passa por mais outro problema. Em muitas calçadas, o passeio é ocupado por restos de obra e carros. Quem tem que passar por estes pontos acaba tendo que se aventurar no meio da rua. Para o lazer, os moradores do CPA 2 contam com 2 campos de futebol e uma praça cultural localizada no coração do bairro. Mas a falta de investimentos em cultura por parte do Poder Público torna o local um verdadeiro elefante branco, sem nenhum tipo de apresentação. Apenas quando a associação realiza algum tipo de festividade é que a praça é utilizada.
Sem espaços para a prática esportiva, as crianças e adolescentes do bairro se aventuram jogando futebol e vôlei nas ruas. Mas, com o crescimento do CPA2, este tipo de jogo se torna cada vez mais arriscado. Os moradores questionam a não abertura dos ginásios das escolas do bairro, que seriam úteis para suprir mais esta deficiência. Outra opção para quem mora no CPA 2 é o Centro Comunitário. Lá, dividem o espaço 250 alunos de curso pré-vestibular, além de pessoas da melhor idade. Para quem busca oportunidades, o centro tem cursos realizados em parcerias com entidades, com temas que vão desde o empreendedorismo até formação para gerentes de mercado, eletricistas e garçons.
Aproveitando-se da densidade da população, centenas de empresas e bancos se instalaram no bairro. Alívio para os moradores, que antes precisavam se deslocar até o centro da cidade, mesmo sem uma linha que ligue o bairro, "pegando carona" nos ônibus que apenas passam pelo local. Mas, com a chegada do comércio houve o aumento da criminalidade. Furtos e assaltos são comuns, sobretudo na área comercial do bairro.
Outro lado
O diretor de Construção Civil da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Cuiabá (Seminfe), Gilcimar de Almeida, afirma que determinou uma inspeção em todas as bocas de lobo do bairro. Como resultado, 35 des- tas foram limpas por uma equipe. No entanto, ele se comprometeu a visitar os locais indicados pela reportagem para resolver o problema.
A Polícia Militar informa que realiza o policiamento ostensivo no bairro, sobretudo nas ruas comerciais, focos de assaltos e furtos a comércios e pedestres. A secretaria municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU) foi procurada pela re- portagem e não deu retorno até o fechamento desta edição.
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